Omoya: websérie debate a força e a herança negra na história da música do Brasil

Enviado por / FontePor Vitor Paiva, do Hypeness

Lançada como parte da programação do Festival Rumpilezz – Musica e Pensamento, a websérie OMOYA parte do ponto de vista de artistas negros para explorar, enfrentar, esmiuçar e desdobrar temas caros à sociedade ligados à música brasileira.

O nome da série se vale de termo yorubá que, segundo divulgação, se refere aos irmãos e irmãs de ventre – “mas o ventre aqui é visto como a água criadora de onde tudo vem”, diz o post. Dirigida por Urânia Munzanzu, a série é dividida em quatro episódios gravados nas ruas de Salvador, debatendo assuntos como racismo, machismo, misoginia, ensino musical e mais, tendo a importância e a herança negra na música e na cultura brasileira como essência e norte geral.

Cada episódio homenageia no título uma mulher negra “cuja trajetória abriu caminhos para a cultura negra”, como no caso do primeiro episódio, intitulado Eunice – o racismo x axé música, a partir do primeiro nome da grande cantora Nina Simone e debatendo o tema apontado no subtítulo. No segundo episódio, Mônica millet – nossos passos vem de longe, a homenageada é a percussionista que, nos anos 80 e 90 abriu caminho para mulheres na percussão sem nunca receber o devido reconhecimento – “Este episódio vai navegar pelas vivências de mulheres do nosso tempo para falar de velhos preconceitos”, diz a descrição.

O episódio 3 é intitulado Porcina – Método UPB de ensino e o legado, e celebra uma mulher que viveu no recôncavo baiano e “comprou a liberdade de seus músicos, fundou e regeu uma orquestra de pessoas livres quando o regime de escravização vigorava como lei no Brasil” no século XIX. Além, o episódio apresenta o Método UPB (Universo Percussivo Baiano), criado por Letieres Leite para ensinar e disseminar a música negra. O quarto e final episódio de OMOYA se chama Zenzile – perspectivas e caminhos do futuro, e homenageia pelo primeiro nome a grande cantora e compositora sul-africana Miriam Makeba, conhecida também como “Mamma África”, para debater e apresentar o futuro a partir dos temas apresentados.

Participam da websérie artistas como Margareth Menezes, Lazzo Matumbi, Márcia Short, Letieres Leite, María Costa e Dai Costa, Andreia Reis, Lia Santos, Daniela Nátali, Danilo Bico, Thauan Santana, Thiago Nunes, Lucas Maciel, Alana Gabriela, Jackson Menezes, Adailson Rodrigues e Inah Irenam – os quatro episódios estão disponíveis no canal do Festival no Youtube, com trilha construída a partir do repertório da Orkestra Rumpilezz, conduzida pelo maestro e criador do Festival, Letieres Leite. O Festival Rulezz – Música e Pensamento tem como compromisso visibilizar e enaltecer a herança negra detectável em toda música brasileira.

+ sobre o tema

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...

para lembrar

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...
spot_imgspot_img

Feira do Livro Periférico 2025 acontece no Sesc Consolação com programação gratuita e diversa

A literatura das bordas e favelas toma o centro da cidade. De 03 a 07 de setembro de 2025, o Sesc Consolação recebe a Feira do Livro Periférico,...

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros ou que tenham protagonistas negros é a proposta da OJU-Roda Sesc de Cinemas Negros, que chega...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o Brasil teria abolido a escravidão oito anos antes da Lei Áurea, de 13 de maio de...