ONGs e Direitos Humanos levarão violência policial contra educadores à ONU

Reunidos para discutir as pautas da greve, os professores fizeram fila e muitos mostraram os boletins de ocorrência.

Foto: CHRISTIAN BRAGA/JORNALISTAS LIVRES

Rio de Janeiro- Na assembleia que decidiu manter a greve dos profissionais da educação municipal do Rio, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio e as ONGs Justiça Global e Instituto de Defesa dos Direitos Humanos recolheram nesta sexta-feira (4/10) denúncias de violência policial ocorridas nas manifestações contra o Plano de Carreira, Cargos e Salários proposto pela prefeitura e aprovado pela Câmara Municipal na terça-feira (3/10). As entidades vão encaminhar as denúncias a organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a outros nacionais, como o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Reunidos para discutir as pautas da greve, os professores fizeram fila e muitos mostraram os boletins de ocorrência [BOs] que registraram após as agressões, como Jane Moraes, de 53 anos, que foi atingida por uma bala de borracha na perna esquerda. “Estava sentada na escadaria da Câmara e tentei levantar para correr quando os policiais começaram a lançar as bombas, mas senti a dor e a ardência na perna. Ajudaram-me a ir para a delegacia, registrei o boletim de ocorrência como lesão corporal e fiz corpo de delito”, diz a professora de educação física, com uma foto do ferimento e o BO nas mãos.

Ana Carolina Ferraz, de 26 anos, diz que também foi para a delegacia depois que foi atingida nas costas por uma bomba de gás: “Eu vi que o policial ia atirar e tentei correr, mas ele me acertou”, diz a professora de geografia, mostrando o hematoma redondo. Wagner Louza, de 39 anos, conta que foi ferido duas vezes. “Eu era um dos ocupantes da Câmara e fui tirado de lá com empurrões e chutes, além das agressões verbais. Nos chamavam de vagabundos”, disse. “Eu registrei boletim, mas não acredito que vai dar em nada. Vamos ver se essa denúncia vai”.

Outra professora, Cristiane Chavez, de 34 anos, foi denunciar às entidades que foi impedida de buscar a filha na creche municipal usando a camisa preta do movimento grevista. “Os guardas municipais não me deixaram entrar e disseram que era orientação da prefeitura. Me senti em uma ditadura. Minha filha teve que sair da creche acompanhada por um guarda. Fui na delegacia e registrei queixa”.

Em nota no dia do protesto, a Polícia Militar informou que quatro policiais se feriram e que PMs foram atingidos por pedras e garrafas de vidro. “A Polícia Militar lamenta que pessoas com intenção de causar tumultos tenham atentado contra o legítimo direito de manifestação dos professores”, diz o comunicado.

 

Fonte: Correio Braziliense

 

 

 

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