ONU critica trabalho escravo no Brasil

Documento destaca, porém, conhecimento do governo sobre o tema e elogia políticas públicas implantadas

Relatório afirma que punições previstas não intimidam e também lança suspeitas de conivência de políticos

 


Falta de punições, número insuficiente de policiais e assassinatos de defensores dos direitos humanos são alguns dos obstáculos para a erradicação do trabalho análogo ao escravo no Brasil.

A informação é da relatora especial da ONU sobre formas contemporâneas de escravidão, Gulnara Shahinian, que veio ao país em maio. As críticas estão em relatório que será divulgado hoje no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.

“O uso continuado do trabalho escravo, evidenciado pelo número dos libertados, sugere que as multas (pagas diretamente ao Estado) e as sanções criminais não são meios de intimidação suficientes”, diz o documento.

Uma das recomendações do relatório é a aprovação da proposta de emenda constitucional que prevê a expropriação de terras onde for encontrado trabalho forçado.

O documento também sugere que há participação de políticos nessa prática, o que explicaria, segundo o relatório, o fato de a emenda ainda não ter sido aprovada.

O relatório também elogia o governo brasileiro por reconhecer o trabalho análogo à escravidão como um problema e pelas políticas públicas aplicadas, como os grupos móveis de fiscalização.

Procurado, o Ministério do Trabalho afirmou que só se manifestará após a divulgação oficial do relatório.

O governo avalia o relatório como positivo pelo destaque dado a programas de combate à prática. Parte das críticas recebidas, como o longo tempo de tramitação de processos, deverá ser encaminhada ao conhecimento do Judiciário.

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

+ sobre o tema

Rosane Borges é Conferencista em Congresso Internacional de Comunicação

Professora Rosane da Silva Borges, jornalista e doutora em...

Estudante implode bomba semiótica do Enem

  Sem querer o estudante da USP que...

DHESCA BRASIL INFORMA ▪ Direitos Humanos e Desenvolvimento

Seminário sobre Direitos Humanos e Desenvolvimento começa nesta quinta-feira...

Desnutrição provoca a maior hospitalização de bebês dos últimos 14 anos no Brasil, diz Fiocruz

Um estudo da Fiocruz concluiu que, em 2021, o número de...

para lembrar

Saúde íntima: quais são os equívocos mais cometidos durante o verão

Ginecologista aponta quais são os erros mais comuns e...

Redução da maioridade penal é estelionato eleitoral. Só 2% de homicídios são ações de adolescentes

Bruno Paes Manso Muitas pessoas e empresas ganham com a sensação de medo...

Partidos obstruem reunião sobre a PEC de demarcação de terras indígenas

Agência Câmara Por meio de apresentação de questões de ordem...

Quantos negros para cada dez personagens?

A Globo se preocupa até com a vida online...
spot_imgspot_img

Em paralelo à CSW, organizações promovem debate sobre como avançar nas políticas de raça e gênero no mundo

Em paralelo à 69ª Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW69), Geledés-Instituto da Mulher Negra e a ONG Akina Mama wa Afrika (AMwA) promoveram...

Lançamento do livro “Combate ao Racismo no Mercado de Trabalho” reforça a luta por igualdade e inclusão

Na próxima quinta-feira, 20 de março, será lançado o livro "Combate ao Racismo no Mercado de Trabalho", no Sindicato dos Químicos de São Paulo....

ONU acolhe propostas de Geledés em registro oficial da 69ª CSW

Nesta segunda-feira, 10 de março, ocorreu a abertura da 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, na sede da Organização das Nações...
-+=