Será lançada nesta quinta-feira (29) pela Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba, a segunda edição da campanha de Promoção da Identidade Negra na Paraíba Morena/o, não! Eu sou negra/o!
A campanha teve grande repercussão no estado em 2009 e está sendo relançada pela entidade, dentro do evento “Cotas e cidadania – um direito seu”, evento realizado em parceria com o Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas (NEABI), no auditório 411 do CCHLA, na Universidade Federal da Paraíba. A campanha “Morena, não! Eu sou negra!” tem entre seus objetivos contribuir para a valorização da raça negra na Paraíba, através da afirmação da identidade de negras/os, como também ampliar o debate junto à sociedade sobre as relações raciais e a necessidade de políticas públicas que promovam a igualdade racial.
De acordo com o Mapa da População Preta e Parda no Brasil com base no Censo do IBGE de 2010, aumentou em 7,6 pontos percentuais o numero de municípios com maioria de pretos e pardos – 49,2% para 56,8%.
Na capital paraibana 53,9% da população é composta de pretos e pardos, porém a presença de negras e negros nas universidades, mídia, parlamento, órgãos públicos não reflete esta realidade.
Para a coordenadora da Bamidelê, Terlúcia Silva, a pesquisa mostra que a campanha de Promoção da Identidade Negra realizada em 2009 pela organização pode ter contribuído para que a população da Paraíba respondesse ao Censo do IBGE afirmando a sua identidade negra.
O coordenador da pesquisa do Mapa da População Preta e Parda no Brasil, Marcelo Paixão, reforça a fala de Terlúcia Silva. Para ele, os indicadores com base no Censo 2010 foram influenciados pelo processo de valorização da presença afrodescendente na sociedade brasileira e pela adoção das políticas afirmativas.
Cotas na universidade – Cotas e Cidadania – um direito seu. Este é o tema do debate que será realizado nesta quinta (29), no auditório 411 da UFPB. O evento terá início as 14h30 com a realização das rodas de diálogo Assistência e Promoção Estudantil e Ações Afirmativas no contexto brasileiro. Em seguida, na praça da alegria do CCHLA, acontece a apresentação cultural do grupo de mulheres capoeiristas, e a noite, a partir das 19h, no auditório 411 do CCHLA, o debate sobre a importância da adoção de políticas de ações afirmativas nas universidades públicas brasileiras, com o professor doutor em Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Feres. A UFPB adotou a política de cotas em 2010 e tem como proposta reverter o quadro de desigualdades educacionais e raciais entre negros e brancos, promovendo a inclusão social e garantindo o acesso a direitos previstos na Constituição Federal, como a educação pública e de qualidade.
Fonte: Paraiba.com