Nesta quinta-feira, 14, às 14h, durante a programação do G20 Social, no Rio, será oficialmente lançado o documento “Empoderamento Econômico da População Afrodescendente e o Papel dos Bancos Nacionais e Multilaterais de desenvolvimento”, resultado executivo de seminário sobre o empoderamento econômico dos afrodescendentes.
O objetivo central deste documento é apresentar uma compilação de recomendações produzidas no evento destinadas a incentivar a formulação de políticas públicas promotoras do empoderamento econômico da população afrodescendente. A relevância deste documento vai além de notificar as lacunas históricas de responder às necessidades específicas das pessoas afrodescendentes. Em momento final da presidência do Brasil do G-20, o documento é uma possibilidade de transformar declarações e compromissos em ações concretas, para que seja efetivamente possível erradicar as discriminações raciais que permeiam os sistemas econômicos globais.
Portanto, espera-se que esse texto seja recebido com atenção pelo Estado brasileiro, o setor privado, os bancos multilaterais, o BNDES e os bancos de desenvolvimento regionais, e os agentes financeiros em geral, pois todos desempenham um papel crucial na construção de uma sociedade antirracista. A ideia é que a partir deste documento seja articulado um plano de ação que vise a inserção econômica de pessoas afrodescendentes em setores estratégicos da economia, com foco no combate às desigualdades estruturais.
Entre as mais de 30 recomendações apresentadas para fortalecer o potencial da comunidade afrodescendente estão a criação de políticas de microcrédito para essa população, a incorporação de indicadores de impacto social e racial nos critérios de financiamento e a adoção de práticas de diversidade e inclusão do BID, adaptando-as para o contexto brasileiro e focando na criação de soluções financeiras sustentáveis para a população afrodescendente.
Assinam conjuntamente o documento Geledés – Instituto da Mulher Negra, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os grupos de engajamento do G20, Civil 20 (C20), Think 20 (T20), Women 20 (W20) e a ONU Mulheres Brasil, que reconhecem a urgência de enfrentar a discriminação étnico-racial com políticas econômicas. O seminário realizado por estas organizações aconteceu entre os dias 9 e 10 de setembro, com apoio da Open Society Foundations e do Instituto Ibirapitanga.