“Os medos mataram a confiança no outro”

Ambos compilaram o livro “(In)seguridad, medios y miedos: una mirada desde las experiencias y las prácticas cotidianas en América Latina“, que analisa a realidade e a história na construção da insegurança, o papel dos meios de comunicação e a mudança necessária para a própria cidadania.

Do IHU On Line

Imagem Retirada da Internet

A entrevista é de Sonia Santoro, publicada por Página/12, 15-01-2018. A tradução é de Henrique Denis Lucas.

A sensação de insegurança é um sentimento que atravessa toda a América Latina. Apesar das diferenças nas taxas de criminalidade e dos índices variáveis de pobreza. O medo de ser vítima de um crime orienta as ações, vigília e pesadelos de milhões de cidadãos da região, alimenta o negócio da segurança e também o dos meios de comunicação. “O que gerou a problemática do medo é que assassinaram a confiança no outro. Isso é terrível. Uma sociedade que perde a confiança no outro se torna muito individualista. Todo mundo pensa que o mundo é uma guerra”. Quem profere estas palavras é Omar Rincón, comunicador colombiano que compilou, conjuntamente a Brenda Focás, pesquisadora de mídias argentina, o livro “(In)seguridad, medios y miedos: una mirada desde las experiencias y las prácticas cotidianas en América Latina“. Qual o papel dos meios de comunicação na reprodução dos medos? Quanto de realidade e de relato há na construção da insegurança? E como encontrar soluções eficazes para um problema que sempre é urgente e requer abordagens profundas? São algumas das perguntas que o trabalho aborda e que guiam esta entrevista.

Na conversa, inclusive, os autores esboçam uma proposta para a prática do jornalismo (nem inocente, nem culpado, no complexo mundo da construção de subjetividades acerca da insegurança): “Como jornalistas, deveríamos pensar no quanto é apropriado produzirmos as emoções de medo e ódio. Se não há outros tipos de emoções que possam ser fornecidas em relação a isto. Seria necessário buscar por outras perspectivas, outros formatos, outras narrativas. Acredito que existam contribuições brilhantes, por exemplo, na concepção de gênero, sobre como olhar a partir de outro lugar. O que acontece se mudarmos o ponto de vista e deixarmos de ver a partir de um lugar de homens brancos, capitalistas, de disputas, de medos, de homens que vão à guerra?”, propõe Rincón.

Eis a entrevista.

Como vocês definem a insegurança?

Brenda Focás: Recuperamos do prólogo de Cristian Alarcón a ideia de insegurança como uma vulnerabilidade compartilhada. Esse é um dos fios condutores do livro, por mais que tenha distintas concepções semânticas em diferentes países.

Omar Rincón: A frase “experiência compartilhada de vulnerabilidade” é mais bonita, pois coloca todos nós no mesmo estado de vulnerabilidade. Mas, há anos já se definiu como uma cidadania do medo, pois a insegurança é como se fosse uma espécie de ideologia para gerenciar medos de uma sociedade e, a partir disso, surge um pensamento que é o “segurismo“. Ao fingir que há segurança, é possível ceder direitos humanos, direitos sociais, direitos à privacidade… Em troca de ganhar um bem intangível, como é o do segurismo.

Assim, a insegurança é a experiência compartilhada de vulnerabilidade que se expande a partir de medos públicos socializados pela mídia e pelos políticos, e rentabilizados pela política, sobretudo pelos governos de direita, porque eles reivindicam o direito de dizer que sabem trabalhar com a problemática do medo, como se fosse um negócio muito produtivo. No fundo, isso nos leva a perder de vista os ganhos da modernidade na democracia, pois queremos ceder todos os nossos direitos em nome de proteção. Somos como sociedades infantis que querem ser protegidas pelo valentão da cidade. Então, acabamos estabelecendo valores pré-modernos, como a família, Deus, a tradição, a propriedade, o controle de corpos e a violência.

Como a violência de gênero aparece nesse cenário? Vocês consideram uma questão de insegurança por também conter uma lógica de medo, de não sair de casa, de não fazer as coisas plenamente?

B. F.: Existem pesquisas que mostram que o gênero é uma variável que claramente condiciona a vulnerabilidade. Na rua, as mulheres geralmente têm mais medo de uma agressão sexual do que de um roubo. O que os estudos mediram, foi apresentado como um paradoxo. Eles dizem: as mulheres e os idosos são os que têm mais medo, por mais que estatisticamente sejam os que menos sofrem a vitimização. Aí a percepção e a insegurança se encontram. São duas questões distintas. Há também uma invisibilização do que é a violência de gênero.

O. R.: O bem maior da segurança invisibiliza as outras escalas de vulnerabilidades que existem. Porque a vulnerabilidade aumenta quando se trata de mulheres, de setores populares, de raças e de novas sexualidades. Então, de alguma forma, são vulnerabilidades mais específicas que não são levadas em consideração, porque há um bem maior, que é o da segurança. No entanto, podemos notar: quando o criminoso é popular, há um conceito de classe, de defesa das elites e dos brancos; quando é uma pessoa negra ou indígena, pode ser considerado delinquente; e se for um transexual, também… A eles, não é só negado o direito à vulnerabilidade, mas lhes é atribuído o lugar do perigo, do medo. Então, podemos nos perguntar quem o segurismo defende: a homens, brancos, poderosos, que são aqueles que estão assustados. A segurança tornou-se também um assunto rotineiro, como falar sobre o clima, uma maneira de participar dos relatos da vida cotidiana. É um assunto que permanece conosco, pois todos parecem ter um tipo de experiência a respeito da insegurança. Me roubaram há muito tempo atrás, mas se alguém comentar, eu falo sobre o roubo. É uma maneira de participar da vida pública.

Em um dos artigos, vocês dizem que falar sobre esses medos nos conecta com alguma necessidade humana básica de reviver rituais de medo.

O. R.: Em todas as culturas, a educação ritualística é contada a partir de histórias terríveis. As histórias assustadoras são moralizantes. Se eu fizer um manual sobre como se deslocar em Buenos Aires, estarei moralizando sobre a cidade: não vá nas vilas, não te metas em lugares em que os moradores de rua vivem, viva no clube, porque lá você estará mais seguro. Então, começamos a montar toda uma zoologia de lendas. Mas estas lendas sempre existiram como uma forma de padronização das sociedades. Por isso é preciso evitar o moralismo clássico: é culpa da mídia. Tampouco é culpa da mídia. Se alguém remover a violência da mídia, as sociedades se tornariam pacíficas? Não. Não é um efeito automático. Os meios se aproveitam para gerar o negócio.

B. F.: Quando pensamos o livro, a ideia era de tirar da mídia o selo de culpado e indagar como essa forma de construção noticiosa afeta a vida cotidiana, mas também como os meios se cruzam com as experiências, com as práticas. Talvez um assalto ao seu vizinho tenha mais impacto sobre a experiência do medo do que o que a mídia diz. Por outro lado, não podemos pensar os meios de comunicação sem vinculá-los à precarização do trabalho jornalístico, das rotinas de informação. Por exemplo, a repetição de notícias tem a ver com a falta de equipamento, pois com dois celulares, é preciso cobrir dois roubos e essas matérias passam o dia todo. Então, não se deve subestimar os meios de comunicação, mas tampouco superestimá-los.

O. R.: E isso também está relacionado com uma coisa importante para o jornalismo e a política, que é percebida de maneiras diferentes em distintos contextos. Ou seja, em uma sociedade acostumada à guerra, como a Colômbia, somos sobreviventes natos. Em contrapartida, uma cidade como Buenos Aires, que não tem essa experiência, qualquer ato a torna muito mais vulnerável através da experiência pública. Mas, o contexto da narrativa midiática também é distinto. Na Colômbia, não temos canais de notícias 24 horas, como se tem na Argentina. Aqui, em Buenos Aires, pode ser que alguém tenha sido morto, mas será reproduzido em cinco canais, 24 horas por dia e isso te invade na cafeteria e em todos os lugares. Aqui, a insegurança como relato simbólico chega até você quando está tomando seu café e isso não acontece em outros lugares. Esse contexto midiático, cultural, o uso político do imigrante, começa a criar um contexto que o converte em um problema fundamental. Por isso que é importante avaliar a perspectiva política da gestão dos medos. A de direita: protejamos a família, a polícia, a autoridade, o comando, o controle e a luta frontal. Por sua vez, o progressismo ou algo mais democrático, diz: primeiro os direitos, no âmbito coletivo, o cidadão. Não se trata de um problema entre vizinhos, como diz este governo. É um problema de construção coletiva de direitos dos cidadãos. Há uma diferença no tratamento de um cidadão como um vizinho… Porque dessa forma não há direitos, tem uma localização espacial, despolitiza-se.

Agora, há toda uma narrativa em alguns programas que atrai para o narcotráfico…

O. R.: Há também aqueles “medos legais”. Os novos seriados que todos nós amamos são assustadores, são uma manada de heróis ambíguos, obscuros, que roubam a identidade, a personalidade. Já não é mais um medo externo, pois a sua subjetividade é trabalhada para isso. Black Mirror, Dexter. Outra questão que os estudos dizem sobre o medo é que moralmente todos nós acreditamos que “eu sou bom e superior ao meu vizinho”. Então, construiu-se uma auto-imagem: eu, sim, sei resolver, eu sei… Mas o outro é corrupto, ladrão, trapaceiro. O que gerou a problemática do medo é que assassinaram a confiança no outro. Isso é terrível. Uma sociedade que perde a confiança no outro se torna muito individualista. Todo mundo pensa que o mundo é uma guerra. E em um país como a Argentina, que tem tanta vida comunitária, com clubes de bairro, pode perder o tecido social.

Como convivem com a insegurança aquelas pessoas que vivem em bairros, que são marcadas como perigosas?

B. F.: Celia Polesel, pesquisadora brasileira, fez um estudo de recepção em um bairro precário. Quando mostrava imagens de um noticiário policial para as pessoas, as famílias concordavam com as imagens, diziam que os criminosos tinham de ser punidos, que tinha muita violência, muita insegurança. Mas, quando ela mostrava imagens em que o noticiário policial local apresentava a violência policial sobre o próprio bairro, aí começava a desconfiança sobre a mídia. O pacto de verossimilhança é cortado: “eles estão exagerando, eu caminho todos os dias aqui e isso não acontece, aconteceu uma vez”. É interessante para podermos pensar a proximidade e a distância do crime e como isso afeta na hora de pensarmos as percepções.

O. R.: Sempre se disse que a violência é catártica. Aristóteles o disse já há muito tempo atrás. Acredito que quando um cidadão vê o noticiário e diz “roubaram lá”, começa a pensar “mas nós não estamos tão mal, aqui não caímos tão baixo”.

B. F.: Há um trabalho acadêmico que fala sobre o sentimento de segurança por comparação, e é o que você está dizendo. No interior da Argentina, muitos estúdios onde as notícias nacionais são repetidas, diz-se “não estamos tão mal quanto na capital”.

Uma vez instalado o problema da insegurança, o medo se mantém mesmo que a criminalidade diminua. Como assim?

B. F.: São trabalhos recentes, estatísticos, que mostram que, apesar das taxas de criminalidade permanecerem estáveis na Argentina, de 2004 em diante, o chamado “sentimento de insegurança” continua a aumentar. Então, surge a pergunta.

O. R.: No segurismo nunca há “para trás”. Se você comprou um alarme para a sua casa, você fica com alarme; se comprou câmeras, você continua a aumentar a segurança; se contrata vigilantes, você continua a aumentar. O mesmo acontece com a sociedade. A segunda coisa é que o cidadão costuma ser mais afetado por pequenos delitos do que os grandes crimes de violência. Se alguém for morto é algo definitivo, mas se te assaltam o celular na rua, afeta mais a sua vulnerabilidade. A grande violência sempre existiu. Outra coisa é a necessidade de culpar alguém, mas nunca pretende-se enxergar que esta re-individualização da sociedade, o consumo excessivo, o capitalismo financeiro que nos leva a crer que todos temos direito a ter de tudo, nunca foi questionado. É como se fosse o problema de indivíduos que abandonaram o sistema. Mas eles são produzidos pelo sistema. Há cada vez mais desigualdade e o crime se torna uma maneira de participar da sociedade, de adquirir sentido na sociedade, de fazer presença ao outro…

Isso é muito polêmico…

O. R.: É polêmico no sentido de que temos de analisar de que maneira também há um revanchismo social. O capitalismo me diz que tenho o direito de acesso às coisas, mas não me diz como. Então, há uma moralização do capitalismo. Ainda não houve uma análise do mercado, da economia da insegurança…

Bem, é a visão do progressismo. Mas, também me chamou a atenção que vocês dizem no livro que, apesar da redução da pobreza na última década, o crime se manteve.

B. F.: Há também trabalhos críticos sobre os governos populistas, onde ainda não se sabe como abordar a insegurança. As respostas são sempre as mesmas: mais policiais… Ainda não houve uma solução diferente. É um problema para a região. Está certo, agora estamos em um extremo, de mão pesada, inquestionavelmente. Estamos em um paradigma situacional de insegurança. O estado foge de sua responsabilidade e todo mundo tem que aprender a se defender. Em um trabalho de recepção que fiz, apareceu nos adultos uma visão nostálgica sobre a suposta segurança perdida. Nos jovens apareceu uma quase naturalização, uma incorporação de práticas para prevenir o crime – ao se deslocar pela cidade, não usar o celular no metrô, carregar a mochila na parte da frente do corpo – e inclusive havia uma auto-culpabilização se eles fossem assaltados. Isso também demarca o clima cultural da época. Não há retorno, estamos gerenciando cotidianamente a insegurança.

O. R.: É terrível, porque sair na rua é como ir para a guerra. A cidade, que era o espaço comum, de convivência, começa a desaparecer. As cidadanias do medo são muito claras. Trancam-nos em nossas casa, nos shoppings, em cafés. Fazem com que todos assumam… Você é o seu próprio policial. Ao invés de progressismo, deveríamos pensar sobre cidadanias da diversão. Se é mais seguro, é possível viver coletivamente de maneira mais segura. Mas compramos a história de que quanto mais individualistas, mais seguro estamos. Não. Quanto mais coletivo, por haver maior vínculo social, maior confiança no outro.

Existem políticas públicas voltadas para isso?

O. R.: Os governos progressistas têm feito políticas na perspectiva de direitos humanos, evitando a criminalização. Em tais coisas é possível avançar. Mas, no que diz respeito à vida cotidiana, não há resposta. Há outra questão. Tudo acontece porque os cidadãos perderam a confiança na polícia. Quem deveria ser a garantia de segurança, produz sentimentos de insegurança.

B. F.: As pesquisas perguntam o que deve ser feito para que haja menos insegurança? “Quero ter um policial na esquina da minha casa”. E então: Qual a sua opinião sobre a polícia? “Eles são todos corruptos, tenho medo”.

O. R.: Na América Latina é assim.

Também são necessárias medidas urgentes sobre uma questão que parece ser impossível de resolver de um dia para o outro.

O. R.: Sim. No caso da Colômbia, por exemplo, as pessoas não denunciam porque é algo muito complexo. Os policiais não tornam a vida dos cidadãos algo agradável. Você demora horas na delegacia, e eles fazem você ir umas cinco vezes. Então as pessoas dizem: “não denuncio porque se o fizer, depois a polícia me marca…”. Há uma construção complicada.

B. F.: Ou “por que motivos vou denunciar algo se não vai acontecer nada”.

O. R.: Nesse assunto, os governos não conseguiram aumentar a confiança institucional. É que na América Latina a polícia é composta por cidadãos mais “explosivos”, que não cumprem nenhuma regra. Então, o exemplo público é muito complicado.

B. F.: Além do abuso das forças policiais, as ditaduras.

O. R.: Os governos não mudarão. Eles não encontraram soluções diferentes, apenas utilizando leis fortes, mão pesada, a pintura das ruas, a iluminação, a geração de controles de força pública, mas quem tem medo somos nós, os cidadãos. De forma cidadã devemos estar conscientes, pois não podemos continuar a viver assim.

Você diz que a mudança precisa sair da cidadania?

O. R.: Acredito que é nossa responsabilidade como cidadãos começar a buscar estratégias de confiança uns nos outros. Não sei bem como fazê-lo. O capitalismo nos levou a isto: “defendam-se como puderem”. Então, podemos nos defender com armas ou com a convivência coletiva. Não podemos seguir esperando que nos deem mais segurança.

B. F.: É inalcançável, torna-se um impasse que o estado tenha de garantir a segurança completa de todos os cidadãos.

Que temáticas recorrentes aparecem em todos os estudos da América Latina?

As audiências são críticas. Todos os estudos mostram que as pessoas não decodificam linearmente. Sim, há algum tipo de impacto dos meios de comunicação na gestão da insegurança. Sim, certas crenças sobre a insegurança estão se consolidando. Por exemplo, existem trabalhos que perguntam como é a insegurança na Argentina. Dizem: “alta, não se pode viver”. E no seu bairro, como mudou sua cotidianidade? “Não, no meu bairro está tudo seguro”. Então, neste ponto podemos enxergar a incidência dos meios de comunicação. A insegurança é um termo que desafia a todos os cidadãos latino-americanos, mas com diferentes acepções. Na Argentina, a credibilidade dos meios aparece muito forte. Seguido de um cenário antagônico de mídia, a decodificação da informação é muito forte. Não é a mesma coisa se me mostrarem o canal TN do que se me mostrarem o canal C5N. Ao contrário de outros países, a mediação é importante.

Um dos estudos diz que há um olhar crítico e que há dois recursos que tornam um relato verossímil: quando uma testemunha de uma vítima aparece ou quando uma câmera de segurança aparece para validar.

B. F.: Trabalhei com setores da mídia. O primeiro olhar para o conteúdo era o de não se reconhecer como consumidor de informação policial porque ele é “exagerado, é sensacionalismo”. E ao avançar, diziam, por exemplo, “não importa se for mostrado pela TN, a vítima está ali dizendo o que lhe ocorreu, não pode haver manipulação” ou quando por exemplo mostravam imagens de um linchamento, tomadas por uma câmera de segurança, diziam “essa é a realidade”. Então, a desconfiança sobre a construção da notícia está, em todas as pessoas, muito presente. Isso nos potencializa como audiência crítica.

O. R.: A insegurança está no centro do sistema comunicativo, porque é uma questão de percepções, representações e emoções. Então, o problema não é a realidade, mas o que se conta dela. O político, o meio. Como jornalistas, deveríamos pensar se é adequado produzir as emoções de medo e ódio. Se não há outros tipos de emoções que possam ser fornecidas em relação a isto. Seria necessário buscar outras perspectivas, outros formatos, outras narrativas. Acredito que existam contribuições brilhantes, por exemplo, na concepção de gênero, sobre como olhar a partir de outro lugar. O que acontece se mudarmos o ponto de vista e deixarmos de ver a partir de um lugar de homens brancos, capitalistas, de disputas, de medos, de homens que vão à guerra? Se há uma responsabilidade da mídia, dos políticos, há também responsabilidade dos cidadãos. É preciso mudar de perspectiva. E de repente alguém poderia começar a entender que poderia haver outra maneira de pensar sobre o problema.

A gestão da segurança cotidiana

“(In)seguridad, medios y miedos: una mirada desde las experiencias y las prácticas cotidianas en América Latina” foi publicado pela Universidad ICESIFaculdade de Direito e Ciências Sociais, na coleção “El sur es cielo roto” e Fes-Comunicaciones da Friedrich Ebert Stiftung (Colômbia). O livro surgiu “pela necessidade de reunir distintos trabalhos sobre a insegurança, trabalhos que indaguem como os cidadãos latino-americanos gerenciam a segurança diariamente, quais práticas preventivas do crime eles têm adquirido, quais são as tramas culturais que têm formado a insegurança que se posicionou como uma questão de preocupação pública em toda a América Latina nos últimos anos”, diz Brenda Focás, Doutora em Ciências Sociais, Mestra em Comunicação e Cultura e graduada em Ciências da Comunicação pela Universidade de Buenos Aires, especializada em percepções da insegurança, a problematização pública da criminalidade e o papel dos meios de comunicação.

Omar Rincón é professor associado da Universidade de los Andes (Colômbia), diretor do Mestrado em Jornalismo e do Mestrado em Humanidades Digitais da mesma universidade. Analista de Mídia do El Tempo e consultor de comunicação da Fundação Friedrich Ebert.

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