Para pagar faculdade, universitária vende produtos em vestibulares e concursos

Andréa Santos, 29, está no último ano da faculdade de enfermagem. Para pagar o curso, ela tem uma barraca em que vende doces, salgadinhos, bebidas, lápis, caneta e borracha nas entradas de concursos e vestibulares, como o da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). No último domingo (10), ela, sua filha Jennifer, 11, e seu marido Augusto, 32, estiveram em um dos locais de prova do processo seletivo, que, segundo eles, estava “fraco” para os negócios.

FRILA EM VESTIBULARES E CONCURSOS

  • Andréa Santos, 29, com sua filha Jennifer e o marido, Augusto, vendem produtos no vestibular

 

“As vendas vão melhor em concursos”, afirma Andréa. “Como quem vem em vestibular é estudante, eles já sabem tudo o que tem que levar antes. Nos concursos, não; aí a gente vende muito mais lápis, caneta”, explica. No dia da Unicamp, os produtos “top” de vendas foram os chicletes. “Por dia é possível ganhar até cerca de R$ 300”, diz.

Quando terminar a graduação, a universitária quer trabalhar num hospital; no entanto, ela ainda não tem certeza se abandonará por completo a rotina como vendedora: “A gente acaba se acostumando”, diz. “Dá para ajudar a pagar faculdade, carro, casa… Vale a pena”, afirma.

A mãe já está ensinando à filha o ofício. “Acho legal vir ajudar. Minha mãe fala que eu tenho que ser simpática e falar com as pessoas. Tenho vergonha, mas estou me soltando. Hoje já vendi uns 6 produtos”, comenta, sorrindo. O pai de Jennifer, que é inspetor de segurança durante a noite, explica como eles sabem dos concursos: “Vemos pela internet e escolhemos. Quanto mais conhecido for, melhor”. Para ele, o esforço vale a pena: “Aqui é mais lucrativo que o trabalho; compensa perder o fim de semana”, completa.

Essa também é a opinião dos amigos Paulo Silva, 46, e Edson Borges, 34. Os dois são porteiros no período noturno, e, para complementar a renda, vendem comidas e bebidas em vestibulares: “A gente perde o domingo, mas ganha a segunda feira com o bolso cheio”, diz Silva. Borges só se queixa da concorrência nos vestibulares: “Dão tudo para eles [os estudantes]: suco, água, lápis, borracha… Só venho para não ficar em casa sem ganhar nada”, confessa.

Fonte: UOL

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