Uma variedade de atrações musicais, reunida durante as festividades do Carnaval do Pelô deste ano, se unifica em torno do tema ‘Carnavais Negros’, que levará para a folia atrações de samba, reggae, percussão, guitarra baiana, ritmos marcados pela influência de matrizes africanas.
No palco principal, que será montado no Largo do Pelourinho, os festejos serão iniciados com a apresentação de Moraes Moreira e banda. O artista fará o show ‘Homenagem à Guitarra Baiana’, que acontecerá na noite de quinta-feira da próxima semana (7), primeiro dia de Carnaval.
Na sexta-feira (8), a Orquestra Afrosinfônica, reconhecida por mesclar o erudito e os ritmos afros e o popular, sobe ao palco com a apresentação da ‘Sinfonia Afro’.
Para o sábado de Carnaval (9), a programação prevê o espetáculo ‘7 Negras Vozes’, no qual as cantoras Will Carvalho, Carla Lis, Márcia Short, Juliana Ribeiro, Clécia Queiróz, Claudia Costa e Matilde se juntam levando cada uma seu estilo, com um repertório que passará pelo samba, pelo samba-reggae, MPB e marchinhas de carnavais antigos.
Sob a regência de Jorge Sacramento, o Baguinha, 15 percussionistas integram a ‘Diversidade Percussiva’ e embalam o domingo (10).
Já na segunda (11), o palco principal será transformado na ‘Casa de Bambas – 70 anos de Nelson Rufino’, a qual irá reunir os sambistas Nelson Rufino, Edil Pacheco e Walmir Lima, além de Aloísio Menezes e Mariene de Castro.
Fechando a programação, na terça-feira (12), último dia de festa, o ‘Reggae Resistência’ levará grandes nomes do reggae baiano à folia, com Sine Calmon, Diamba e Folha de Chá.
Tema faz parte da década afro
Igual ao I Encontro das Culturas Negras, a escolha do tema para o Carnaval do Pelourinho se insere no contexto da ‘Década Afrodescendente’ em Salvador.
Esse período foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), após o Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes (Afro XXI) realizado em 2011 e onde foram suscitados debates em torno do racismo e das situações social, econômica e política da população negra mundial na contemporaneidade.
Durante o evento, Salvador recebeu o título simbólico de ‘Capital ibero-americana dos afrodescendentes’.
Para a diretora do CCPI, Arany Santana, “o tema do Carnaval do Pelô está em consonância com a agenda das Nações Unidas, a realidade de Salvador e as políticas culturais que a Secretaria de Cultura do Estado (Secult) vem apoiando, a exemplo do Carnaval Ouro Negro. Nada mais justo e coerente que estas ações tenham visibilidade durante a festa, reconhecendo-se dessa forma a formação identitária da segunda cidade mais negra do mundo”.
Fonte: Tribuna da Bahia