As frágeis alianças dos dois partidos no Estado já começam a trazer problemas
As frágeis coligações costuradas pelas executivas nacionais do PT e do PSDB em Minas Gerais já começam a ruir. Petistas insatisfeitos em apoiar o peemedebista Hélio Costa para o governo do Estado e tucanos frustrados por não trabalhar pela eleição presidencial de Aécio Neves (PSDB) estão mobilizando nos bastidores um movimento de prefeitos do Estado para eleger uma dobradinha impensável nos palanques: Dilma Rousseff (PT) para a Presidência e Antonio Anastasia (PSDB) para o governo estadual. A intenção é emplacar um ato público em Belo Horizonte com a presença do máximo possível de prefeitos defendendo a alternativa.
O grupo que encabeça o movimento já está montando um comitê multipartidário em Belo Horizonte para decidir como será o ato pró-Dilmasia, um termo cunhado pela própria Dilma para falar da dobradinha em uma visita ao Estado assim que deixou o governo federal. A expectativa de interlocutores é de que em duas semanas a data e o local do ato já estejam definidos.
Os integrantes mais otimistas do movimento esperam que mais de 300 prefeitos apareçam para declarar apoio à dupla. Fazem parte do movimento o petista José Maurício Gomes, prefeito de Cordsburgo, Fabiano Henrique dos Passos, prefeito de Augusto de Lima, que pertence ao PDT, partido que apoia Hélio Costa, os petebistas coligados ao presidenciável tucano José Serra, José Prates – prefeito de Salinas – e Acácio Mendes de Andrade – prefeito de Passa Quatro – além do prefeito de Itamonte, o tucano Marquinhos.
Os petistas mineiros são oficialmente contrários ao movimento, mas investem no Dilmasia porque não engoliram até agora a coligação com os peemedebistas, empurrada goela abaixo pela executiva nacional da legenda em junho.
Os tucanos de Minas tentam minimizar a debandada da campanha de Serra, mas também incentivaram nos bastidores a eleição de Dilma e de Anastasia porque eles jamais esconderam que preferiam eleger presidente o ex-governador mineiro Aécio Neves.
O fenômeno não é novo. Em 2006, prefeitos mineiros também contrariaram seus partidos e apoiaram as reeleições de Aécio, então governador, e do presidente Lula.
Se este ano as articulações vingarem, Serra pode acabar perdendo muitos dos 14,5 milhões de votos que Minas, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, dispõe. Eleitores preciosos para quem quer ocupar a cadeira de Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: R7