PF prende sete mulheres de classe média acusadas de traficar drogas

Mariana dos Santos, de 18 anos, moradora de Laranjeiras, presa pela PF acusada de tráfico de drogas.

Depois de uma investigação que durou três meses, policiais federais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal do Rio desarticularam uma quadrilha de tráfico de drogas e armas que usava estudantes de classe média da Zona Sul do Rio como “mulas” — pessoas que fazem transporte de drogas. Durante a operação, iniciada na quinta-feira à noite, com apoio de agentes da Polícia Rodoviária Federal, nove acusados foram presos. Entre os detidos, estão sete mulheres moradoras de Leblon, Ipanema e Laranjeiras. Também foram feitas prisões em Minas Gerais e no Paraná.

A droga, principalmente pasta base de cocaína e crack, era trazida da Colômbia e do Peru. Depois de atravessar a fronteira, a carga de entorpecentes, antes de chegar ao Rio, seguia até entrepostos nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Ao todo, segundo informou a PF, foram apreendidos 25 quilos de pasta básica de cocaína e três pistolas CZ calibre .40. A cocaína seria distribuída principalmente para viciados no asfalto.

A estudante Mariana dos Santos, de 18 anos, era a responsável pelo aliciamento de jovens cariocas de classe média para trazer a pasta de cocaína para o Rio. Elas recebiam até R$ 2 mil, passagens e usavam ônibus que partiam da Rodoviária Novo Rio. A droga viajava escondida dentro de garrafas de vodca. Mariana foi presa no início da noite de quinta-feira em casa, em Laranjeiras.

Cumprindo pena em casa

Os chefes da quadrilha, também presos, são, de acordo com a PF, Raul Melo Pimenta dos Santos e Iran Colle Farias Junior. Iran já foi condenado a mais de 31 anos de prisão por assaltos, receptação, furto e formação de quadrilha. O que mais chamou a atenção dos policiais federais é que, muito embora Iran tenha sido condenado a regime fechado até julho de 2031, ele conseguiu autorização para cumprir pena domiciliar, com uso de tornozeleira.

— Ele foi autorizado em 2012 a cumprir pena domiciliar. Mas passou a sair de casa e até a viajar, sendo, então, considerado foragido da Justiça — disse um policial federal que participou das investigações.

Raul, o outro chefe da quadrilha, foi preso no Rio, mas morava no Paraná. Segundo a PF, ele era o responsável por receber a droga e prepará-la para o transporte das “mulas”. Ele usava Minas Gerais e São Paulo como entreposto, de onde os carregamentos de crack embarcavam para o Rio.

Durante a operação, foram presas ainda Michele Zaninotto Laje, Driele Joyce Vitorino do Nascimento, Thamyres Yane Silva dos Santos, Italia Lourentino da Silva, Graziela Magdalena Oliveira dos Santos e Adriana de Paula Moreira. Como as investigações continuam no Rio, a fim de identificar outros traficantes que atuam no asfalto, os policiais federais não revelaram detalhes, como endereços dos presos e documentos apreendidos na operação. Esta foi batizada de Durga, em referência à deusa hindu descrita como uma mulher guerreira, de dez braços, que carregava armas.

 

 

Fonte: O Globo

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