Polícia britânica investiga morte de angolano durante deportação

Segundo a imprensa britânica, a Scotland Yard, polícia metropolitana de Londres, assumiu a investigação sobre a morte do angolano Jimmy Mubenga no avião que o levaria de volta a seu país.


Membros do Parlamento britânico pediram investigação “ampla e independente” dos procedimentos de deportação do Reino Unido.

O homem de 46 anos estava sendo acompanhado por três seguranças em um avião que partiria do aeroporto de Heathrow, em Londres, na última terça-feira.

Pouco antes da decolagem, Mubenga sentiu-se mal e atendido por paramédicos. Em seguida, ele foi transportado para um hospital próximo, onde morreu.

Seu filho, Roland Mubenga, disse à BBC que “não havia nada errado” com a saúde de seu pai.

O adolescente disse estar “zangado e triste e afirmou que a morte “não foi natural”.

“Meu pai era saudável, nunca teve nenhum tipo de problema”, declarou.

Ele disse ainda que seu pai era “forte e saudável” e “sempre carinhoso”.

“Sinto mais pena da minha irmã pequena, porque ela vai crescer sem saber quem é o nosso pai”.

A autópsia foi considerada inconclusiva e mais testes estão sendo feitos para determinar a causa da morte do angolano.

Morte `inexplicável´

Um porta-voz da polícia disse que a morte de Jimmy Mubenga está sendo tratada como “inexplicável”.

Ele estava na companhia de guardas da empresa privada de segurança G4S, contratada pelo governo inglês para acompanhar deportados.

Quatro passageiros do avião disseram ao jornal inglês The Guardian que viram o angolano ser fortemente controlado pelos seguranças.

Um deles afirmou ter visto os três guardas forçarem o corpo de Mubenga para baixo. Outro disse ter percebido que os três homens empurravam algo com o peso de seus corpos no acento em que estava o angolano.

As testemunhas dizem que Mubenga teria reclamado de dificuldades para respirar pouco antes de desmaiar.

A polícia e os paramédicos foram chamados quando ele desmaiou e a aeronave, que estava a ponto de decolar, retornou ao terminal.

Keith Vaz, presidente do comitê de assuntos internos da câmara dos comuns, que avalia casos de imigração, disse que escreveria à secretária do Interior, Theresa May, e à G4S sobre a morte de Mubenga.

“O uso de força excessiva em deportações é perigoso e inaceitável. Se, como os depoimentos de testemunhas sugerem, Mubenga reclamava de dificuldades para respirar, devemos nos perguntar porque não chamaram ajuda antes”, disse o parlamentar.

A empresa de segurança G4S disse que, no momento, não vai comentar o assunto.

Fonte: BBC Brasil

+ sobre o tema

para lembrar

APAN participa de audiência pública para debater futuro das políticas afirmativas no audiovisual

No próximo dia 3 de setembro, quarta-feira, a Associação...

Condenação da Volks por trabalho escravo é histórica, diz procurador

A condenação da multinacional do setor automobilístico Volkswagen por...

Desigualdade de renda e taxa de desocupação caem no Brasil, diz relatório

A desigualdade de renda sofreu uma queda no Brasil...

Relator da ONU critica Brasil por devolver doméstica escravizada ao patrão

O relator especial da ONU para formas contemporâneas de...

ECA Digital

O que parecia impossível aconteceu. Nesta semana, a polarização visceral cedeu e os deputados federais deram uma pausa na defesa de seus próprios interesses...

ActionAid pauta racismo ambiental, educação e gênero na Rio Climate Action Week

A ActionAid, organização global que atua para a promoção da justiça social, racial, de gênero e climática em mais de 70 países, participará da Rio...

De cada 10 residências no país, 3 não têm esgoto ligado à rede geral

Dos cerca de 77 milhões de domicílios que o Brasil tinha em 2024, 29,5% não tinham ligação com rede geral de esgoto. Isso representa...