PRECONCEITO: A Arma do Incapaz

“Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo”
(Raul Seixas)
 
O preconceito etimologicamente falando, é uma ideia pré-concebida sobre algo ou alguém, refletindo uma postura de não aceitação e alienação. Os preconceitos mais comuns são sexual, racial, religioso, social, e são produtos da reprodução de ideologias errôneas e de um estereótipo socialmente aceito.
 
A legitimação do preconceito ocorre através de comportamentos e justificativas que diminuem o outro e intensifica o egocentrismo daquele que acaba por transformar suas raivas e frustrações em agressividade e discriminação, resultando em uma segregação social que torna mais forte ideologias arraigadas e reproduzidas diariamente.
 
Ter aversão a contextos, situações e/ou pessoas que se “diferenciam” é negar o multiculturalismo existente bem como hostilizar o próximo, significa fragilidade e dependência a crenças que subordinam as manifestações culturais a conservadorismos e aceitações. 
 
O preconceito social demonstra que em pleno século XXI regredimos gradativamente. Somos julgados pelo que temos e não pelo que somos! A condição financeira, a aparência, as roupas que vestimos, principalmente as marcas que utilizamos determinam quem são os nossos amigos, qual lugar frequentamos, quem será nosso companheiro e a “classe social” a qual pertencemos.
 
Debochamos do outro quando sem argumentos, apelamos para a sem graça e fatídica brincadeira de falar da aparência alheia. Nas redes sociais, acontece corriqueiramente, utilizando-se a imagem de políticos, apresentadores de TV e principalmente de ex-participantes de reality shows uma ridicularização da imagem que não é apenas a explorada televisivamente, mas a humana.
 
Um bom exemplo do preconceito social e da ridicularização da imagem, é o caso da professora universitária da (PUC-Rio) Rosa Marina Meyer, que postou em sua rede social facebook o seguinte comentário: “aeroporto ou rodoviária?”, a postagem, estava relacionada a imagem de um homem, esperando o seu voo, que por sinal, seria o mesmo da professora. O passageiro, tinha como traje camisa regata, bermuda, um tênis e uma simplicidade no sentar, vestir e ser.
 
Na sociedade do decadence avec elegance, não é surpresa que desde as pessoas menos instruídas até as mais capacitadas, estejam sujeitas a reprodução do preconceito. Esbravejar por aí “não tenho preconceito”, é o mesmo que assinar a sua própria sentença de morte, pois, como podemos observar, o preconceito pode até escolher o capital financeiro para sua morada, mas atingir o capital simbólico, é o retrato de uma sociedade que nada mais tem a perder.
 
Somos uma metamorfose ambulante, como diria o grande Raul Seixas, mas ainda assim insistimos que as semelhanças perdurem, retirando a beleza das diferenças que nos tornam tão iguais. 
 
Amanda coluna b
 
*Amanda Cristina Souza é estudante de Serviço Social da UFPB, estagiária no NCDH/UFPB, Poeta nas horas vagas e escreve para o www.agorapb.com.br aos domingos.
 
 
 
Fonte: Agora PB

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