Prefeito de Roma aprova casamentos gays e enfurece Igreja

Um casal gay, casado oficialmente fora da Itália, posa com o prefeito de Roma, Ignazio Marino (ao centro) durante a cerimônia de reconhecimento do seu casamento em Roma, neste sábado, 18 de outubro: Foto: Remo Casilli / Reuters

Embora o casamento gay seja ilegal na Itália, algumas cidades têm permitido que gays casados ​​legalmente em outros países registrem suas uniões em prefeituras

O prefeito de centro-esquerda de Roma reconheceu neste sábado a validade de 16 casamentos gays realizados fora da Itália, provocando a irada do ministro do Interior e da Igreja Católica Romana do país.

“Hoje é um dia esplêndido”, disse o prefeito Ignazio Marino na prefeitura de Roma onde registrou o casamento de 11 casais do sexo masculino e seis do sexo feminino.

Embora o casamento gay seja ilegal na Itália, algumas cidades têm permitido que casais homossexuais casados legalmente em outros países registrem suas uniões em prefeituras, quando retornam, assim como fazem casais heterossexuais que se casam fora da Itália.

O reconhecimento é importante porque pode ajudar um parceiro herdar a propriedade do outro e afeta benefícios para a saúde, seguros e pensões.

A questão é altamente polêmica num país onde a Igreja tem considerável influência sobre a política, e divide o governo de coalizão de esquerda-direita do primeiro-ministro Matteo Renzi.

Uma pesquisa feita no ano passado mostrou o casamento gay foi apoiada por apenas um quarto da população da Itália. A mesma pesquisa mostrou que mais de 85 por cento apoiaram o reconhecimento das chamadas “uniões civis” para dar parceiros do mesmo sexo mais direitos.

Maurizio Gasparri, um senador do partido de oposição Forza Italia, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disse que Marino estava “desafiando a lei” e deveria renunciar.

A Conferência Episcopal da Itália, associação nacional dos bispos, emitiu um comunicado em tons semelhantes.

“Tal presunção arbitrária, colocada em exposição aqui em Roma, agora, é inaceitável”, disse, em uma aparente referência a uma grande assembléia de bispos de todo o mundo que aconteceu no Vaticano nas duass últimas semanas.

Um pequeno grupo de manifestantes fora da prefeitura gritava “vergonha” e “palhaços” e levantou cartazes dizendo “Não ao casamento gay.

+ sobre o tema

Escócia incorpora direitos LGBTI no currículo escolar

Escócia incorpora direitos LGBTI no currículo escolar. Medida busca combater...

Erica Malunguinho: os bastidores da reintegração de posse na Assembleia Legislativa

Primeira deputada estadual trans de São Paulo leva bloco...

Lea T.: “Faço questão de falar que sou mulher trans, latina e negra”

Top model, que desfila pela Água de Coco, debateu...

O tempo todo

Desde 2016, que abril passou a ser um mês...

para lembrar

20 Filmes sobre Mulheres para Pensar em Questões de Gênero

Para quem pretende conhecer mais filmes que reflitam sobre a...

Como o Parlamento de Ruanda se tornou o mais feminino do mundo

Qual o paí­s com maior número de mulheres no...

O que engenheiras ouvem todo dia? Alunas da Poli respondem

Mulheres representam menos de 30% dos ingressantes na Escola...

“Os antropólogos contam tudo errado! Nós somos as autoras das nossas falas.”

Entrevista com Nelly Duarte (Marubo) e Sandra Benites (Guarani) Por Oiara...
spot_imgspot_img

Homens ganhavam, em 2021, 16,3% a mais que mulheres, diz pesquisa

Os homens eram maioria entre os empregados por empresas e também tinham uma média salarial 16,3% maior que as mulheres em 2021, indica a...

Escolhas desiguais e o papel dos modelos sociais

Modelos femininos em áreas dominadas por homens afetam as escolhas das mulheres? Um estudo realizado em uma universidade americana procurou fornecer suporte empírico para...

Ministério da Gestão lança Observatório sobre servidores federais

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) lança oficialmente. nesta terça-feira (28/3) o Observatório de Pessoal, um portal de pesquisa de...
-+=