Prefeitura de Salvador homenageia Mãe Meninha do Gantois

No Ano Internacional dos Afrodescendentes – instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e comemorado em 2011 -, a passagem dos 25 anos de falecimento de Mãe Menininha, do Terreiro do Gantois, foi lembrada em sessão especial na Câmara de Vereadores. A ação foi promovida pela Prefeitura do Salvador, através da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), e da Comissão de Reparação da Câmara Municipal, na noite de sexta-feira (12).

O secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira, destacou a importância da Mãe Menininha para a cultura e religiosidade da Bahia. “Ela é um ícone da cultura e tradição africana, é a resistência à discriminação e intolerância e a construção do diálogo inter-religioso”. Segundo ele, a sessão “é uma forma de reconhecimento e agradecimento por Salvador ser a cidade mais negra fora da África, representando esta dimensão humana”.

O terreiro do Gantois (ou Ilê Iyá Omin Axé Iyá Massê), fundado em 1849, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2002.

Perfil – Maria Escolástica da Conceição Nazareth – nascida em Salvador, em 10 de fevereiro de 1894, é uma das ialorixás mais conhecidas do Brasil. Descendente de africanos da nação Egbá-Arakê, das terras de Agbeokutá, no sudoeste da Nigéria, Mãe Menininha de Gantois, como ficou conhecida ao longo de sua vida, era bisneta de negros libertos.

Iniciada aos 8 meses de idade para o Orixá Oxum, cumpriu, desde cedo, a determinação das tradições de sua família consangüínea, uma forte representante da religiosidade de matriz africana na Bahia, especificamente, do candomblé do Gantois. Instituição religiosa de origem ketu, o candomblé do Gantois historicamente mantém a política do matriarcado, ou seja, prima pela tradição de dirigentes femininas e de sucessão hereditária de linhagem consanguínea. No processo sucessório, Mãe Menininha foi a quarta ialorixá do templo religioso e dirigiu o Gantois de 1922 a 1986.

Fonte: ABN News

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