A prática de um jornalismo mais plural e alinhado à diversidade brasileira é uma das metas do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento. Lançado em 2011, a premiação oferece 35 mil reais distribuídos em sete categorias (mídia impressa, rádio, televisão, fotografia, mídia alternativa ou comunitária, internet e especial de gênero) para jornalistas que se dedicarem a dar visibilidade aos problemas que afetam a população negra no Brasil. As inscrições estão abertas e se encerram no dia 31 de julho.
Incluir na pauta jornalística temas que contribuam para o combate ao racismo e escolher imagens alinhadas à diversidade da população brasileira para ilustrar uma reportagem estão entre os principais desafios da mídia brasileira atualmente.
A opinião é da jornalista e coordenadora do Prêmio Abdias Nascimento, Angélica Basthi: “Não há dúvidas que dar visibilidade à população negra, reconhecê-la como sujeito de voz ativa na sociedade, discutir os seus problemas, buscar soluções e representá-la de forma equilibrada e positiva é o que há de mais novo e desafiador para o jornalismo brasileiro. E o Prêmio Abdias propõe estimular a prática deste novo jornalismo.”, afirma.
De acordo com ela, a invisibilização e a repetição de estereótipos sobre a população negra na mídia provocam o retardamento do debate público qualificado sobre as práticas contemporâneas do racismo no país. “A mídia não tem o poder de entrar na mente de ninguém, mas tem influência na agenda pública. O Brasil não irá alcançar uma democracia madura sem discutir a questão racial. Além disso, a desigualdade racial impacta negativamente o desenvolvimento econÃ?mico do país. O jornalismo pode contribuir com reportagens bem apuradas e com dados estatísticos para esclarecer a população”, atesta.
Para concorrer nesta 2ª edição, os jornalistas devem ter publicado e/ou veiculado matérias entre 1º de maio de 2011 até 31 de julho de 2012. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.premioabdiasnascimento.org.br
O Prêmio Jornalista Abdias Nascimento é uma iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ). E conta com o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), das demais Cojiras que atuam no Distrito Federal, São Paulo, Alagoas, Paraíba e Bahia, do Núcleo de Jornalistas Afro-Brasileiros (do Rio Grande do Sul) e do Centro de Informações das Nações Unidas (ONU). O patrocínio é da Fundação Ford, Fundação W. K. Kellogg e da Oi.
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