Presidente dos Escoteiros dos EUA pede fim do banimento de líderes gays no grupo

No encontro nacional da organização em Atlanta, Robert Gates afirmou que o grupo centenário precisa lidar com “o mundo como ele é”

Por Reuters Do O Globo

O presidente dos Escoteiros dos EUA, Robert Gates, disse nesta quinta-feira que o banimento de líderes adultos gays dentro do grupo precisa terminar, dando um passo em direção ao desmantelamento de uma política que já causou profundas feridas nos 105 anos da organização.

Em um encontro nacional do grupo em Atlanta, Gates afirmou que não pretende revogar as orientações do conselho dos escoteiros que permitem líderes homossexuais, o que poderia enfraquecer significativamente a proibição:

Temos que lidar com o mundo como ele é, e não como gostaríamos que ele fosse. O status quo nos padrões dos membros do nosso movimento não pode ser sustentado — afirmou Gates que, como secretário de Defesa dos EUA ajudou a terminar com a política “Não pergunte, não conte” que embarreirava indivíduos declaradamente gays a servirem nas Forças Armadas.

De acordo com ele, nenhuma mudança nas regras nacionais dos Escoteiros dos EUA estava sendo solicitada na reunião.

— Dezenas de estados, de Nova York a Utah, estão aprovando leis que protegem os direitos a empregos com base na orientação sexual. Assim, entre desafios internos e potenciais conflitos legais, os Escoteiros dos EUA se encontram em uma posição insustentável — afirmou o presidente do grupo, recebendo aplausos dos favoráveis à causa LGBT.

— Estamos a 180 graus de onde estávamos há um ano — disse Zach Wahls, diretor-executivo dos Escoteiros para Igualdade. — Esse é um desenvolvimento muito, muito positivo.

A organização com sede no Texas suspendeu a proibição de membros gays em 2013, mas continua a resistir à participação de adultos assumidamente homossexuais. A eleição no ano passado de Gates como presidente do grupo foi vista como uma oportunidade de revisitar as políticas da organização a respeito do tema.

Gates disse que ele pessoalmente teria apoiado ir mais longe ao suspender a proibição relativa a escoteiros gays, mas que não reiniciaria o debate durante o seu mandato de dois anos.

A proibição teve o seu primeiro grande desafio em abril passado, quando o primeiro adulto abertamente gay foi contratado como líder de um acampamento de verão pelo Grande Conselho de Escoteiros de Nova York.

Em Ohio, um assistente de líder escoteiro foi expulso em março por ser declaradamente gay, de acordo com relatos da imprensa local.

— A única coisa que não podemos fazer é colocar a cabeça na areia e fingir que este desafio vai desaparecer ou diminuir. Está acontecendo justamente o contrário — afirmou Gates.

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