Bônus para esses candidatos pode chegar a 25% já na próxima Fuvest.
Unicamp e Unesp também têm políticas de cotas.
A Universidade de São Paulo (USP) aprovou, nesta terça-feira (2), a instituição de um bônus de 5% na nota final da Fuvest para candidatos pretos, pardos e indígenas que tenham feito todo o ensino básico na rede pública. O bônus é uma das mudanças no Programa de Inclusão Social (Inclusp), criado para incentivar o acesso de estudantes de escolas públicas à instituição, aprovadas pelo Conselho Universitário da USP nesta terça.
Todas as alterações serão válidas já para a próxima edição do vestibular, segundo a assessoria de imprensa da instituição.
O bônus da USP é uma alternativa ao programa de cotas proposto pelo governo do Estado de São Paulo, chamado Pimesp, que prevê reservar 50% das vagas para alunos de escolas públicas até 2016. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ainda discute a proposta, mas já anunciou que dobrou a bonificação aos alunos de escola pública e aos que atendem aos critérios raciais. A expectativa é chegar a 40% de inclusão no vestibular de 2014.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) foi a única a aderir ao Pimesp, mas com ressalvas. A instituição ainda pretende discutir a parte do programa que prevê a criação do “college”, curso em que parte dos cotistas faria antes de ingressar, de fato, na universidade.
Pela mudança na USP, um candidato que se encaixe nestes dois requisitos –ter cursado o ensino básico em escola pública e ser preto, pardo ou indígena– poderá receber até 25% a mais na nota do vestibular da Fuvest. Os demais bônus já existentes no Inclusp também foram ampliados (veja a tabela abaixo).
VEJA O QUE PODE MUDAR NO INCLUSP |
||
---|---|---|
Tipo de bônus | Como era antes | Proposta da Pró-Reitoria |
Para quem fez o ensino médio na rede pública | 8% | 12% |
Para quem fez o ensino básico na rede pública | 8% | 15% |
Para treineiros da rede pública | 15% | 20% |
Para quem fez o ensino básico na rede pública e se declara preto, pardo ou indígena | – | 5% |
Fonte: Assessoria de imprensa da USP |
O Inclusp entrou em vigor em 2007. Na última edição da Fuvest, dos mais de 10 mil calouros que entraram na Universidade de São Paulo (USP) neste ano, 28,5% estudaram em algum momento da vida em escola pública. A meta da Pró-Reitoria de Graduação, porém, é que, até 2018, 50% de todas as matrículas em cada curso e em cada turno sejam feitas por alunos da rede pública.
Dentro dessa cota, o objetivo é que o número de alunos pretos, pardos e indígenas seja equivalente à porcentagem da população preta, parda e indígena no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para isso, a pró-reitora de Graduação, Telma Zorn, propôs a ampliação de todas as três categorias de bônus do Inclusp e do Programa de Avaliação Seriada da Universidade de São Paulo (Pasusp), além da criação de uma quarta categoria, com critérios sociais e raciais.
Curso de engenharia na USP Leste
Outra proposta aprovada pelo Conselho Universitário nesta terça foi a criação de um curso de engenharia no campus da Zona Leste, com 50 vagas e em tempo integral. A carreira estará disponível como opção para os candidatos da próxima edição da Fuvest. As inscrições para o vestibular começam no segundo semestre.
Além do curso de engenharia de computação com ênfase em sistemas corporativos, que será oferecido na USP Leste pela Escola Politécnica, a USP decidiu reformular o curso de ciências biológicas do campus de Ribeirão Preto e o de ciências físicas e moleculares, oferecido no campus de São Carlos.
Reforço escolar
A USP aprovou ainda a criação de um curso de reforço para o vestibular, com mil vagas destinadas a estudantes da rede pública que foram bem na Fuvest, mas não foram aprovados. Do total de vagas, 35% seriam reservadas a alunos pretos, pardos ou indígenas.
O curso terá duração de dez meses e ofereceria uma bolsa de R$ 300 por mês aos estudantes. Em caráter experimental, a primeira edição deve começar em agosto e durar cinco meses.
Também será feita uma ampliação do seu programa de Embaixadores USP, onde calouros da instituição oriundos de escola pública atuam como divulgadores da universidade e estimulam os estudantes de suas antigas escolas a se inscreverem na Fuvest. A proposta também pretende aumentar o número de locais de prova do vestibular.
Fonte: G1