Primeira vereadora travesti se afasta de cargo após ataques em Piracicaba

Madalena (PSDB) pediu licença da cadeira no Legislativo por 30 dias. Suplente Gilmar Tanno (PSDB) assumirá cargo durante esse período.

A vereadora de Piracicaba (SP) Madalena (PSDB), cujo nome de batismo é Luiz Antônio Leite, anunciou nesta quinta-feira (15) que irá se licenciar do cargo por 30 dias por recomendações médicas. A parlamentar, que é a primeira travesti a ocupar cargo eletivo no município , trata de câncer de próstata e foi diagnosticada com um quadro depressivo depois de ter sofrido ataques racistas pela internet.

No lugar de Madalena, o suplente Gilmar Tanno (PSDB) vai assumir a função pelos próximos 30 dias. O período de afastamento da vereadora pode ser maior caso, mas a definição dependerá do resultado de exames médicos que serão feitos na semana que vem. Segundo sua assessoria, este resultado pode definir se a parlamentar passará por uma cirurgia ou se retomará sessões de quimioterapia.
Ameaças, doença e preconceito
Logo depois de eleita, em outubro de 2012, Madalena recebeu ligações anônimas e ameaças de pessoas que diziam que a matariam caso assumisse a cadeira na Câmara . O caso chegou a ser investigado pela polícia, mas ninguém foi indiciado pelo crime.

No dia da posse, em 1º de janeiro, a vereadora precisou ser levada da Casa de ambulância depois de desmaiar. Dias depois do ocorrido, Madalena explicou a razão para ter passado mal: lutava contra um câncer de próstata há alguns meses e o tratamento a debilitava.

O capítulo mais recente da série de problemas foi o ato racista de um portal na internet, que fez a montagem de uma foto da vereadora com o rosto de um chimpanzé.

De acordo com a assessoria da vereadora, tanto o oncologista que acompanha seu caso quanto o psicólogo com quem ela se consultou recomendaram o afastamento das funções e um período de repouso. Passado o mês, será avaliado se Madalena terá condições físicas e psicológicas de retomar suas funções.

 

 

Fonte: G1

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