Professora iria com aluna até o local do encontro para fotografar pedófilo.
Secretaria estadual da Educação diz que vai apurar o caso.
A mãe de uma aluna de 12 anos de uma escola estadual de São Carlos, no interior de São Paulo, afirma que a professsora pediu à criança para entrar na internet para conversar e marcar um encontro com um pedófilo, como tarefa da disciplina. Segundo a mãe, a professora deixou um recado no caderno da menor, explicando como deveria agir. A família diz que a docente pediu a colaboração dos pais para vigiar as conversas online. Segundo a mãe, a professora alegou que o objetivo do trabalho era mostrar os riscos na internet.
O caso ocorreu na quarta-feira (9) passada e a mãe procurou o Conselho Tutelar na sexta (11). A professora não foi encontrada para comentar o assunto. A Secretaria Estadual da Educação disse em nota que vai apurar a denúncia. Ao ver o bilhete no caderno da menina, a mãe ficou indignada. O padrasto da aluna disse que foi até a escola reclamar com a direção.
Segundo a mãe, a menina explicou que a professora separou três grupos na classe, cada trabalho com um tema diferente. Em seu grupo, o tema tratado era pedofilia e, por ter acesso à internet, a educadora pediu que entrasse em um chat para encontrar um pedófilo.
A estudante disse que, além de conversar online com o aliciador, teria que marcar um encontro com ele em frente à catedral, no Centro de São Carlos. “Ela disse assim, para mim e para o meu colega, para conversar com o pedófilo e marcar um encontro. No horário marcado em frente à catedral, ela ia levar eu e ele lá pra tirar foto desse pedófilo”.
A mãe da menina, que não quis se identificar, ficou indignada com a atitude da professora. “A professora expôs a criança a fazer um trabalho absurdo. O trabalho sobre pedofilia tudo bem, mas minha filha procurar um pedófilo na internet é inadmissível. Eu não aceito isso”.
Investigação
O Conselho Tutelar investiga o caso. “A gente vai apurar, vamos enviar um ofício para a diretoria de ensino, pedindo esclarecimentos sobre a conduta da professora e, se for o caso, vamos enviar para o Ministério Público”, disse Rosa Helena Aparecida Polese, conselheira tutelar.
A família da criança procurou a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, que enviou uma nota de esclarecimento, determinando a instauração de procedimento preliminar para apuração de responsabilidades e também o afastamento da docente.
Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo esclarece que após receber as informações da ocorrência da direção da Escola Estadual Professora Maria Ramos, em São Carlos, determinou, nos termos da lei, a instauração de procedimento preliminar para apuração de responsabilidades e também o afastamento da docente. Enquanto não houver a conclusão desse procedimento, a administração não dará mais informações sobre o caso, pois terá de atuar como instância de decisão, não podendo, portanto, correr o risco de caracterizar prejulgamento.”
Fonte: G1