É com extrema dor no coração e grande pesar que venho lhes noticiar sobre este ocorrido
por
Na manhã desta quarta-feira, dia 18, a polícia foi acionada no CEO (Centro de Especialidades Odontológicos), na Rua Amazonas Vila Xavier, onde um adolescente foi encontrado morto.
Esse não era um garoto qualquer como muitos relataram. Michael foi abandonado pela mãe que sofre de problemas psiquiátricos e é usuária de drogas quando tinha dois anos.
A ignorância de alguns leva a julgar a situação do garoto prematuramente.
Essa criança sofreu seu primeiro trauma aos 2 anos de idade ao ser abandonada pela mãe.
Viveu com os avós paternos, frequentava a escola, era caseiro, ajudava a família. Mas um ocorrido mudou sua vida.
O avô declarou que algum tempo atrás, o menino foi tirado da família por conta de uma denúncia de trabalho infantil, disse ainda que eram uma família de princípios e que tinham um negócio no ramo alimentício o qual o garoto ajudava com a entrega. O garoto então foi tirado da família e levado para um abrigo.
Foi a pior coisa que aconteceu com ele. Depois disso, ele não respeitou mais ninguém, não parava em casa, não se contentava com nada”, diz o avô em declaração feita a tribuna impressa.
Fazia 3 meses que Michael havia saído do abrigo. Ele deixou de usar roupas masculinas e passou a usar roupas femininas. Segundo relatos, ele saía de casa, no Jardim São Rafael, e ia até o Jardim Brasil para se prostituir. Uma mulher que mora na região a qual o garoto foi encontrado morto nesta manhã, aliciava o garoto e outras duas meninas, também adolescentes, do bairro São Rafael.
Morto de maneira cruel e cheia de ódio. 15 facadas, inclusive em seu rosto, dedos quebrados e sinais de luta corporal. O garoto tentou se defender.
Essa não é uma morte comum como nenhuma outra de pessoas gay. Eles são perseguidos e mortos de maneira brutal, são esquartejados, torturados e na maioria das vezes são encontrados com o rosto desconfigurado.
A cada 26 horas o Brasil tem novos registros de mortes de homossexuais. Em 2014 o registro foi de 313 mortos.
Esse mês o garoto Peterson, filho de um casal gay foi morreu após sofrer agressão de 4 garotos na escola por ser filho de homossexuais.
Ontem, um homem foi esfaqueado pelas costas por seu vizinho após voltar do supermercado e está internado porque é gay. E hoje o garoto Michael nos deixou.
A incitação de ódio contra a comunidade LGBT deve acabar. Os políticos, as famílias, as comunidades religiosas e as grandes personalidades devem parar de cultivar a ignorância e acordar para o fato de que estão matando pessoas.
Sonho com o dia que não terei mais que rezar pelas vidas dos meus amigos e nem pedir para eles tomarem cuidado ao andar nas ruas.