Racismo no futebol: as bananas e os bananas – Por: Luis Henrique Rolim

Eu tenho esta convicção: o futebol é um esporte racista, desde a sua concepção lá nas public schools inglesas e nós também cometemos “pequenas atitudes racistas” no nosso dia-a-dia. Então, atos de racismo nesse esporte, não são fatos isolados. E mais, eles vêm nos acompanhando ao longo da história e podem ser considerados um reflexo do desenvolvimento da nossa sociedade.

Limpeza das raças, raças superiores, segregação racial, etc. tudo já foi pauta de “grandes líderes” que se sucumbiram ao longo da nossa história. Muita gente brigou e briga contra os seus neo-seguidores. Porém na França e na Grécia, por exemplo, os partidos de extrema direita está ganhando força novamente. Eles são contra os imigrantes, a quem eles julgam serem os culpados pelo colapso da economia de seus países.

Então o futebol, sempre refletiu e continua refletindo a nossa sociedade. Mas o que realmente está me assombrando é que, em pleno século 21, ainda não temos uma legislação esportiva efetiva contra essas pessoas que se escondem em multidões para praticar esse crime. Os clubes sempre acabam como os responsáveis, e quase sempre são punidos. Mas são eles os culpados? Devemos prejudicar instituições por atos individuais?

A maioria dos clubes (com administradores inteligentes) já se desvincularam das torcidas organizadas. E convenhamos que eles não podem ser responsabilizados se alguém resolve jogar uma banana no gramado. Então quem é o responsável por esses atos racistas? Como punir indivíduos que dentro dos estádios cometem esse tipo de crime?

A resposta é simples. Da mesma forma que fazemos com quem comete esse crime fora das dependências esportivas. Simples, não é? Nós todos sabemos que não. Porque temos que acreditar que a justiça comum puna esses infratores e isso irá depender de cada país; e que no caso brasileiro, sabemos o quão isso pode ser insuficiente para exterminar essa “raça”.

Ah, mas podemos também nos associar ao poder público e denunciar esses “bananas do futebol”. Mas quem é que vai a delegacia depois de um jogo de futebol para praticar esse ato de humanidade? Também somos “bananas”.

É triste, mas estou convicto de que nada vai mudar no futebol.

Fonte: Brasil Post

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