Racismo no STF: Dois diplomatas negros foram barrados no dia em que Joaquim Barbosa foi eleito presidente da corte

Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa irá abrir um procedimento interno para investigar a suspeita de racismo na corte. Dois de seus amigos, que são diplomatas e negros, foram barrados no dia em que ele foi confirmado como presidente da corte. Quem informa é colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo:

PORTA FECHADA

Suspeita de racismo no STF (Supremo Tribunal Federal): dois diplomatas negros, amigos do ministro Joaquim Barbosa, foram barrados pela segurança da corte anteontem, dia em que o magistrado foi eleito presidente do tribunal. Uma semana antes, ao comparecer a outra sessão, eles já tinham sido seguidos por policiais ao deixarem o prédio do Supremo.

NO FIM DA FILA

Carlos Frederico Bastos da Silva, 45, e Fabrício Prado, 31, são da Divisão de Assuntos Sociais do Itamaraty. Ao chegarem ao STF, apresentaram documentos. Enquanto dezenas de convidados entravam no plenário, eles ficaram na porta. Os seguranças diziam que o sistema de identificação estava “travado”. Só conseguiram entrar autorizados por um superior.

FICHA

Desconfiados de racismo, os diplomatas pediram explicações ao secretário de segurança institucional do STF, José Fernando Martinez. Ele disse que, ao comparecerem ao STF uma semana antes, os dois tinham tido comportamento “suspeito”. E acabaram fichados nos computadores da corte. Martinez só não explicou que atitude deles teria gerado suspeita.

CORRENTE

À coluna Martinez afirma que um dos dois diplomatas tinha nome idêntico ao de um cidadão com passagem pela polícia. Por isso, a segurança teria ficado “mais atenta”. “Foi uma sucessão de mal-entendidos. Não houve racismo.” Ele diz que abrirá procedimento interno para esclarecer os fatos.

 Leia também:

Carta dos diplomatas barrados no STF

Fonte: Brasil 247

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