Rede conecta profissionais negros ao mercado de trabalho

Fundada por jovens negros que enfrentaram – e ainda enfrentam – desafios em suas vidas profissionais, a Rede de Profissionais Negros-SP (RDPN) surgiu com o objetivo de incentivar a qualificação profissional e a inserção de profissionais negros em grandes empresas.

Do Finanças Femininas

“As nossas dificuldades foram as principais motivações para iniciar esse trabalho. Pois achávamos que os jovens negros que hoje atuam e que estão entrando no mercado de trabalho não deveriam passar pela mesma desigualdade”, explicam Lisiane Lemos e Wagner Cerqueira, membros do comitê de liderança.

Funcionários de grandes empresas, eles frequentemente ouvem de gerentes e recrutadores que a falta de profissionais negros no quadro de funcionários se deve à dificuldade em encontrar profissionais qualificados para preencherem esses cargos. Para eles, entretanto, “isso não é verdade e não serve mais como desculpa”.

“O fato de as multinacionais buscarem candidatos somente em universidades de ponta, ajuda a distanciar os jovens negros das vagas oferecidas. Ainda é fato que eles não têm grande representatividade nessas universidades, mesmo com ações afirmativas. E quando as empresas encontram, acabam alegando a falta de outras características que seriam ‘essenciais’ para as vagas, como fluência em idiomas e experiência comprovada.”

image-2

Para eles, é necessária a flexibilização de algumas exigências para que haja uma mudança efetiva no mercado de trabalho e na sociedade. Mas, apesar do cenário desafiador, enfatizam que a base da Rede conta com profissionais altamente qualificados e aptos a assumirem essas vagas.

Para as mulheres negras que lutam por seu espaço no mercado de trabalho, o desafio é duplo. “Há muitas mulheres que poderiam assumir posições de liderança: elas têm formação acadêmica de primeira linha, larga experiência e muita garra para o trabalho. Mas além de se depararem com um mercado de trabalho racista, ainda enfrentam o machismo desse ambiente”, explicam.

Diante das disparidades do mercado, a Rede busca facilitar a procura de recrutadores, conectar os profissionais negros e promover ações de qualificação, para que possam atender aos requisitos das vagas.

+ sobre o tema

Com Bolsonaro & Feliciano, a direita saiu do armário

  O PT deve retomar a presidência da...

Brasil tem o 3º pior salário mínimo do mundo, aponta estudo

Pesquisa analisou rendimento mínimo garantido por lei em 37...

Covid-19: os riscos de não tomar a segunda dose da vacina

Num café da manhã com jornalistas realizado na última...

Jornada visa acelerar negócios de moda da zona leste de São Paulo

A pandemia de Covid-19 causou impactos significativos para micro...

para lembrar

Papa autoriza de forma definitiva que padres perdoem o aborto

Os sacerdotes agora têm a liberdade de absolverem ou...

Em nome de Deus

Estamos em campanha política e o nome de Deus...

APAN lança escola de audiovisual negro em parceria com entidade colombiana

A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), em...

Prioridade é incluir mulheres no mercado de trabalho, diz ministra

Mulheres são só 19% dos postos de direção em...
spot_imgspot_img

Sempre estivemos aqui. Histórias da ditadura seguem na invisibilidade

Na esteira das comemorações do Globo de Ouro e do Oscar conquistados pelo brilhante filme Ainda Estou Aqui – homônimo da produção literária de Marcelo Rubens...

Como Geledés combate a discriminação racial na arena internacional

As Nações Unidas estabeleceram o dia 21 de março como o Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial como uma data em memória ao Massacre...

Centro brasileiro de Justiça Climática lança programa de fellowship exclusivo para jornalistas negros e negras 

O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), organização nacional de destaque na luta por justiça climática e racial, acaba de lançar o Programa de...
-+=