Representações sociais de bullying por professores

por: Cristina Helena Bernadini 

Fonte: Dominio Público –

 

Esta pesquisa investiga as representações sociais de bullying elaboradas por professores do segundo segmento do ensino fundamental. O estudo foi realizado em uma escola pública municipal situada na Ilha do Governador, baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, escolhida por localizar-se em zona com altos índices de violência. Utilizou-se as seguintes técnicas de coletas de dados: (a) observação do cotidiano escolar, devidamente anotada em diário de campo; (b) grupo focal com 12 professores que atuam em turmas de 6º a 9º anos, uma vez que, de acordo com a literatura, a maior incidência de bullying ocorre em adolescentes com idades entre os 11 aos 16 anos; e (c) entrevistas conversacionais com os mesmos professores, após capacitação sobre o tema patrocinada pela Prefeitura Municipal.

Para iniciar a conversa no grupo focal, foram apresentadas três seqüências de imagens que retratavam situações de bullying e solicitado que os professores falassem sobre elas. Estas conversas foram gravadas em áudio, transcritas e analisadas. Dessa análise foram retiradas questões que compuseram o roteiro da entrevista, momento em que as imagens foram novamente apresentadas aos professores com a intenção de verificar se eles confirmavam suas falas registradas no grupo focal. A hipótese era que as informações fornecidas e as discussões promovidas durante a oficina sobre bullying poderiam ter provocado alguma mudança na compreensão do fenômeno. O cruzamento das análises mostrou que os professores mantiveram seus posicionamentos e permitiu localizar a possível metáfora do núcleo figurativo da representação social de bullying: associado à adolescência, bullying é como se fosse uma moléstia e como tal, necessita remédio para ser curada. No entanto, os professores nada podem fazer, uma vez que o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Conselho Tutelar os impedem de tomar qualquer atitude ou desenvolver ações que possam acabar com o bullying na escola. A inoperância docente possibilita a banalização da violência e corre-se o risco de manter esses episódios que cada vez mais interferem na construção de uma cultura pela paz nas escolas.

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