Um grupo interdisciplinar composto por especialistas nacionais e internacionais irá definir estratégias de desenvolvimento e de transferência de tecnologia para o combate à desertificação no continente africano
O Brasil, por meio do Ministério da Ciência ,Tecnologia e Inovação e suas instituições Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e CNPq, iniciará uma série de ações estratégicas voltadas para a cooperação científica no continente Africano com o intuito de fortalecer o combate à desertificação, por meio de um acordo tripartite entre Brasil, França e o bloco regional de países africanos do Sahel, prioritariamente.
O lançamento oficial do acordo será feito dentro da programação da Rio+20, na manhã, quarta-feira, 20 de junho, às 11h, no Pavilhão Brasil, no Parque dos Atletas.
A cerimônia de abertura contará com as presenças de Chefes de estados e pesquisadores de diversos países. Entre as autoridades já estão confirmados os ministros Marco Antonio Raupp (Ciência, Tecnologia e Inovação), Pascal Canfin (do desenvolvimento, da França) e Jean Kouldiaty (Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Burkina Faso). Como convidado especial, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva.
A assinatura do acordo será feita pelos senhores Michel Laurent, Presidente do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento –IRD (França); Abdoulaye Dia, secretário-executivo da Agencia Pan-africana da Grande Muralha Verde (África), Glaucius Oliva, Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (Brasil).
Histórico
Esse acordo tripartite marca a consolidação de um iniciativa que teve início na segunda Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento em regiões Semiáridas (ICID+18, em 2010, em Fortaleza). Já em outubro de 2011, o CGEE firmou parceria com o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD/ França) e com a Agência Pan-Africana da Grande Muralha Verde (APGMV), na cidade de Niamey, capital do Níger. O acordo foi fortalecido no 6º Fórum Mundial da Água, com a importante direção do CNPq, em 2012, e agora será oficialmente lançado na Rio+20.
A área foco no continente é a faixa sahel-saariana, que apresenta clima árido e semiárido. A região engloba países como o Senegal, Sudão, Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Chade e Níger. Foram também considerados como participantes neste projeto os países de língua portuguesa da África que apresentam condições climáticas semelhantes.
Segundo o assessor do CGEE e presidente do Comitê Científico da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), Antônio Magalhães, essa cooperação segue os objetivos da Convenção e prevê a estruturação de uma frente de pesquisa científica, que atuará em grupo.
O que prevê o acordo
O acordo tripartite visa reforçar a governança e o desenvolvimento sustentável das terras secas, e apoiar políticas nacionais e locais, com foco em seis eixos temáticos:
1. Agricultura e alimentação;
2. Gestão dos recursos naturais (água, solo, biodiversidade, etc);
3. Adaptação às mudanças climáticas;
4. Desenvolvimento sustentável e humano;
5. Governança;
6. Tecnologia e Inovação.
As agências de financiamento CNPq – Brasil, AIRD- França e a APGMV- Região do Sahel africanos devem trabalhar em estreita colaboração. Pretende-se, no futuro, que esta iniciativa possa atrair novos doadores e financiadores do desenvolvimento impulsionando o desenvolvimento sustentável em terras secas africanas.
A iniciativa vai proporcionar também a transferência de ciência e conhecimentos por meio de iniciativas de apoio e programas de pesquisa interdisciplinar.
Para mais informações:
Christiane Telles
Imprensa CGEE na Rio+20
(61) 9979-5747
Fonte: Rio20
