Santistas gritam ‘macaco e crioulo’ para Diego Maurício

Na vitória do Flamengo por 5 a 4 diante do Santos, na última quarta-feira, teve de tudo. Gols lindos, jogadas geniais e lances polêmicos. Mas, é necessário lembrar o único acontecimento desagradável que ocorreu na Vila Belmiro. O atacante Diego Maurício, ao se aquecer junto com os outros reservas, foi vítima de racismo de torcedores santistas, que desferiram ofensas ao atleta rubro-negro.

– Eu estava me aquecendo, quando ouvi gritos de macaco e crioulo. Fiquei espantado, pois o Pelé é o maior ídolo do Santos e é negro. Independente da raça, fiquei muito chateado – disse Diego Maurício ao LNET!.

Agora, o Flamengo estuda a possibilidade de entrar com uma denúncia no STJD.

– Vamos ver se o promotor do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pune. Basta ver as imagens e indiciar o Santos por constragimento. Na televisão fica claro. Aguardemos a postura deles – disse o gerente de futebol do Flamengo, Isaías Tinoco, ao LNET!.

Infelizmente, esta não é a primeira vez que Diego Maurício sofre com atitudes racistas. Na Seleção Brasileira Sub-20, pelo Sul-Ameircano, no Peru, em janeiro deste ano, no empate por 1 a 1 com a Bolívia, o jogador foi insultado com sons e gestos que incitavam o preconceito por torcedores rivais.

– É inadmissível em qualquer situação, em qualquer lugar, ainda acontecer isso. Seja em uma igreja, campo de futebol, teatro ou cinena. Espero que o delegado do jogo tome as devidas providências. Isso não pode acontecer com nenhuma pessosa. O árbitro reserva estava ao lado do local onde aconteceram as ofensas. Isso precisa ser relatado na sua totalidade – destacou o dirigente rubro-negro.

Outros casos recentes de racismo no futebol brasileiro

DaniloO zagueiro Danilo foi acusado de chamar Manoel, do Atlético-PR, de macaco, em 2010. O jogador foi punido pelo STJD, pegando gancho de 11 jogos por conta de cusparada e injúria racial.Antônio CarlosEm 2006, o zagueiro Antônio Carlos Zago, já consagrado, atuava pelo Juventude-RS e foi acusado de ofender o volante Jeovânio, do Grêmio, durante jogo pelo Campeonato Gaúcho.O defensor mostrou a pele de seu braço, para mostrar a cor branca, e chamou o rival de macaco.Antônio Carlos acabou punido por 120 dias. Mesmo tendo uma carreira vitoriosa, ele acabou marcado por esse lance, encerrando a mesma no ano seguinte.Desabato Em 2005, durante um jogo entre São Paulo e Quilmes, pela Copa Libertadores, no Morumbi, o atacante Grafite trocou empurrões com o zagueiro argentino Desabato. O defensor acabou chamando o então são-paulino de macaco.Após a partida, o jogador foi preso, permanecendo detido por dois dias em São Paulo antes de voltar à Argentina. Contudo, o processo não teve maiores consequências.

Na Rússia, Roberto Carlos também sofre

Na Rússia, o lateral-esquerdo Roberto Carlos ficou indignado há cerca de um mês, pois um torcedor atirou uma banana no campo. Ele não esperou o apito final e deixou o campo mais cedo. Seu time, o Anzhi (RUS) vencia o Krylya Sovetov (RUS), por 3 a 0.

Fonte: O Povo Online

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...