Aumento ocorreu nas áreas das oito seccionais da capital, revertendo 10 anos de quedas
por: Bruno Paes Manso, Josmar Jozino, Marcelo Godoy
Depois de dez anos de queda ininterrupta, os homicídios voltaram a crescer no primeiro trimestre deste ano na capital paulista.
Foram registrados 353 assassinatos nos três primeiros meses do ano, enquanto no mesmo período do ano passado ocorreram 315 mortes. O aumento é de 12%, segundo os dados do Infocrim, sistema eletrônico de informação da Secretaria de Segurança Pública, obtidos com exclusividade pelo Jornal da Tarde.
Longe de ser um fenômeno localizado, os assassinatos cresceram de forma homogênea em toda a capital. Houve registro de aumentos nas oito seccionais de polícia, nas zonas centro, sul, oeste, norte, leste, Santo Amaro, Itaquera e São Mateus. Na zona norte, por exemplo, a média mensal do primeiro trimestre foi 18% acima da média dos meses de 2009. A 6.ª Seccional, que engloba a região de Santo Amaro, teve 82 homicídios em três meses, uma média de 27,3 por mês, o que significa aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
No dia 22 de março, por exemplo, três jovens de 22 anos foram assassinados por dois encapuzados no Jardim Três Marias, no Socorro, zona sul paulistana. Os autores chegaram em um bar, ordenaram que os clientes entrassem e baixassem as portas. As vítimas ficaram do lado de fora e foram baleadas na calçada. Foi a segunda chacina do ano na capital. A primeira na zona sul, que passou o ano inteiro de 2009 sem registros.
Em menos de três meses, é a segunda vez que o Estado registra crescimento nos números de assassinatos depois de dez anos com taxas em queda. No começo do ano, pelo balanço de 2009, o Estado registrou um leve crescimento de 3% no total de homicídios em relação a 2008. A capital, contudo, no mesmo período, teve 1.235 assassinatos, valor 2% menor do que o de 2008. Com o aumento no 1º trimestre, a capital tem 12,7 casos por 100 mil habitantes.
Antes de virarem estatísticas oficiais, os dados do Infocrim vão ser analisados pela Secretaria de Segurança Pública. Serão retirados os casos de resistência seguida de morte – óbitos causados pela polícia em supostos confrontos. Já os feridos que são levados a hospitais e morrem posteriormente serão adicionados.
Fonte: Jornal da Tarde