Ainda falando sobre ”The walking dead”, preciso compartilhar minha fascinação sobre esse novo casal que se formou na série: Rick e Michonne. Eu assisto à série a pouco tempo, mas o episódio anterior ao que o casal realmente se une me incomodou. E aí, nós vamos falar de sobrevivência mais uma vez. A cena em que os dois juntos correm para tentar salvar a vida do Carl, filho do Rick, ao meu ver, já mostrava um casal. Duas pessoas que criam um elo tão forte que são capazes de enfrentar qualquer coisa juntas. Então no capítulo posterior, eles têm sua primeira relação sexual. O interessante é que o contexto criado para cena, os dois conversando sobre como foi o dia, falando sobre a “filha”, descansando no sofá depois de um dia difícil, indica para o telespectador que se trata de uma família. Quando realmente a oportunidade aparece com o toque de mãos; os olhares, postura e sorriso indicam que as personagens entendem que é aquilo que falta. Ousaria a dizer que é aquilo que eles querem.
Confesso amar essa relação porque essa dispensa qualquer esteriótipo ou preconceito em relação à união de uma mulher negra e um homem branco. A relação é tratada com tamanha naturalidade que não há estranhamento ou espaço para discussão sobre diferença. Eles são iguais. São sobreviventes. Perderam entes queridos, a capacidade de acreditar, a ingenuidade. Desistiram da tão sonhada felicidade. Para resgatar alguns desses sentimentos precisaram de um longo tempo de construção de confiança, de admiração mútua e principalmente de cumplicidade. Ponto para os redatores da história. Resta saber se nesse mar de julgamento e padrões ideais de belezas conseguiremos conviver com propostas como essa!
