-Sim, mas onde está o coletivo? – me pergunta outro.

Por Arísia Barros

Na tarde/noite da segunda-feira (15) estivemos em um diálogo muito profícuo com os feras do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas.

O convite nos chegou através do Márcio Calazans: – Fui eu que indiquei seu nome, professora, Arísia Barrros. Acompanho seu Blog Raízes de Áfricas, no site CadaMinuto e acho muito bom.

Lá também encontramos o professor José Guibson que afirmou ser leitor dos nossos textos.

Penso que ser convidada para falar do Blog Raízes de Áfricas como Mídia Étnica, em Alagoas, para estudantes dos Cursos de Comunicação Social da UFAL, nos trouxe uma certeza: nossos escritos estão saindo para as ruas, cumprindo seu papel, invadindo alguns terrenos e criando possibilidades: Sim, nós podemos ir mais além da história que se conta.

O Blog Raízes de Áfricas é um canal interativo com o objetivo de aproximar as pessoas e mostrar a riqueza, a diversidade das heranças humanas e a possibilidade de reinterpretar o racismo e suas vertentes pelo mais variados ângulos.

E o Blog tem servido de referência. A expressão criada por nós: “O racismo é um camaleão poliglota”- virou tese de mestrado em uma universidade do Sudeste do país.

A cobrança sistemática que fazemos no Blog em relação à revitalização do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, motivou o convite da organização negra do Fórum Social Mundial Temático POA 2013: Democracia, Cidades e Desenvolvimento Sustentável, realizado no Rio Grande do Sul, para fomentar espaços de interlocução entre os quilombos dos dois estados e daí surgiu a dicussão : “As Marcas Históricas de Um Povo nos Aspectos da Serra da Barriga/AL ao Cerro de Porongos/RS”, como também recebemos relatos de diversos professores e professoras de cantos e recantos do Brasil afirmando que utilizam os textos do Blog em sala de aula.

O Blog Raízes de Áfricas é uma extensão do Instituto Raízes de Áfricas e busca ocupar os espaços da escrita/denúncia negra, gritantemente silenciosos da República de Palmares.

Foi uma tarde/noite de prosear a mesa com a competente e amabilíssima jornalista Gal Monteiro, do Instituto Zumbi dos Palmares e contar com a parceria de Laurita Santos, Coordenadora de Direitos Humanos, Gênero, Raça e Etnia, do Sindicato dos Trabalhadores da UFAL.

Foi uma tarde/noite de observar a movimentação dos muitos meninos e meninas que, ainda “feras” na arte de serem universitári@s, se propuseram a romper convenções na montagem do 13ª SECOM, identificando a cultura popular, a mídia negra como temas relevantes e necessários.

Esses meninos e meninas estão adentrando em uma estrutura previamente pensada para sedimentar paradigmas iguais, mas acredito, piamente, que ao pensar caminhos diferentes , eles e elas começam a intrigar o ‘sistema” de maneira positiva.

As verdades nem sempre são absolutas.

E durante o debate surge a pergunta: -Como mudar a realidade do racismo em Alagoas?

– Com a unidade do coletivo- respondo.

-Sim, mas onde está o coletivo? – me pergunta outro.

Estamos aqui- afirmo.

O coletivo somos todos nós, porque o racismo não é um problema dos pretos e sim da sociedade que o criou e que o realimenta, cotidianamente.

Fonte: Cada Minuto 

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