Trinta e seis elementos da extrema-direita, incluindo o seu líder, Mário Machado, vão a julgamento pelo crime de discriminação racial e outras infracções criminais conexas, por decisão ontem tomada pela juíza de instrução do Tribunal de Monsanto, Lisboa.
Por decisão da juíza Filipa Valentim, os arguidos foram pronunciados de todos os crimes de que vinham acusados pelo Ministério Público (MP), com excepção do crime de “farmácia ilegal”, que foi retirado a Mário Machado.
A juíza decidiu manter a medida de coacção de prisão preventiva a Mário Machado, determinando ainda que outros três arguidos que se encontravam em prisão domiciliária permaneçam com esta medida de coacção.
No dia 18 de Setembro, o MP acusou 36 elementos do Capítulo Português da organização de extrema-direita violenta Hammerskin Nation, pela prática reiterada de crimes de discriminação racial e outras infracções criminais conexas, na sequência de uma investigação da Polícia Judiciária (PJ).
Em comunicado então divulgado, a PJ especifica que “o MP deduziu acusação contra 12 membros efectivos e 24 activistas do Capítulo Português da organização de extrema-direita violenta Hammerskin Nation – vulgarmente conhecido por Portugal Hammerskins – todos afectos ao movimento skinhead“.
A investigação então finalizada esteve a cargo da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) e “focou, essencialmente, os mecanismos de difusão e o teor das mensagens públicas com carácter racista, xenófobo e anti-semita”.
Segundo a Polícia Judiciária, as mensagens divulgadas através dos meios de comunicação tradicionais e electrónicos, bem como em concertos musicais, encontros, concentrações e manifestações, apelavam à violência inter-étnica, visando também, enquanto alvos, todos os movimentos anti-racistas em geral. Em buscas domiciliárias, a PJ apreendeu aos arguidos variado armamento.
Fonte: Diário de Notícias