Skinheads são presos por racismo e agressão a negro em SP, diz polícia

Por: Kleber Tomaz

Suposto morador de rua alega que foi xingado e apanhou na região central.
Os dois suspeitos negam o crime; dizem que são roqueiros.

 

 

Dois supostos skinheads foram presos na noite de sábado (24) por suspeita de racismo contra um jovem negro, de 22 anos, na região central de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos xingaram a vítima, que seria morador de rua, de “preto filho da puta” e “macaco”, além de agredi-la com um pedaço de madeira e uma tornozeleira com espetos de ferro por volta das 22h45 na Rua Formosa, no Anhangabaú.

 

Segundo a polícia, o jovem afirmou ter sido agredido teve a perna esquerda bastante ferida, mas não corre risco de morte, segundo exame de corpo delito feito no Instituto Médico Legal (IML). O rapaz, que estava no Centro, alega que seus agressores disseram que ele apanhou só porque é negro. Um homem e uma mulher viram a vítima apanhar.

 

Após o espancamento, o casal chamou guardas civis municipais que passavam pelo local. Em seguida, eles conseguiram deter os suspeitos, que foram reconhecidos pela vítima e testemunhas.

 

Boletim de ocorrência

De acordo com o boletim registrado no 3º Distrito Policial, na região de Santa Ifigênia, os suspeitos foram indiciados por crimes de injúria e lesão corporal. Em depoimento à polícia, no entanto, os acusados negaram o crime contra o jovem e afirmaram ser roqueiros e não skinheads (como são conhecidos os grupos adeptos de usar as cabeças raspadas).

 

Pela ocorrência feita na delegacia, um dos suspeitos tem 21 anos, vestia calça xadrez, camiseta regata branca, coturno preto e possui tatuagens no braço direito (imagem de fogo), peito (coringa) e cicatrizes na perna. O outro homem preso tem 22 anos e usava calça social preta. Ele também tem tatuagens: de lobo no peito, e anjo e Drácula nas costas.

 

Ainda, segundo o boletim, um dos supostos agressores usa cabelo estilo moicano – bastante comum em punks e não em skinheads.

 

De acordo com o delegado titular do 3º DP, Plínio Sales, os suspeitos foram presos em flagrantes por injúria racial e agressão. “Neste caso, o crime que eles cometeram é inafiançável porque é de intolerância e discriminação racial”, disse o delegado por telefone ao G1 neste domingo (25). Por volta das 11h, os dois foram transferidos para a carceragem do 2º DP, no Bom Retiro.

 

A reportagem não conseguiu falar com os suspeitos ou localizar a vítima para comentarem o assunto.

 

 

Fonte: G1

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