Método secular de procedimento incentiva o parto normal.
Amapá tem taxa de 66% de partos normais; índice nacional é de 45%.
Do G1
A tradição secular das parteiras tradicionais no Amapá deixa o estado, ao lado de Roraima, entre os que mais realizam partos normais no país com cerca de 66% dos procedimentos, de acordo com o Ministério da Saúde. O método é o mais recomendado por passar mais segurança no procedimento para mães e bebês.
A realização do processo e a atuação das parteiras no estado foram destaque na edição do Jornal Hoje de quinta-feira (22). O telejornal apresentou as parteiras tradicionais do distrito de Mazagão Velho, a 70 quilômetros de Macapá, exaltando a relação com a grávida em uma região de difícil acesso aos atendimentos regulares de saúde.
A parteira Maria Pereira, de 68 anos, é uma das 1,5 mil registradas no estado e atua há mais de quatro décadas. Ela lamenta que é cada vez menor o número de mulheres que se interessam pela função. “Ninguém me procurou para eu ensinar. Aprendi vendo minha mãe fazer os partos”, lembrou.
Mesmo com a falta de multiplicadoras dos partos naturais, a taxa de 66% ainda deixa o Amapá na frente da média brasileira, que é de 44%. Mesmo assim, o número de cesarianas tem aumentado, em um total de 26% nos últimos seis anos, mas abaixo do índice nacional.
Um dos fatores apontados para o alto índice de cesáreas em todo o país, segundo especialistas, foi uma campanha provocada nas últimas décadas pela rede privada sugerindo a cesariana como um método prático, menos dolorido e sem influência na região genital. Tudo com o objetivo de provocar adesões aos planos de saúde.
No estado, o Hospital da Mulher Mãe Luzia é a referência em partos, e aponta um índice de 34% de cesáreas, todas por indicação quando há risco à mãe ou ao bebê, conforme a direção. A unidade passou a implantar novos métodos para manter as mulheres mais confortáveis ao optar pelo parto normal, dando a ela o papel de “protagonista” em todo o processo, segundo o hospital.