Tucano Xico Graziano, que já foi deputado federal e chefe de gabinete de FHC, criticou, por meio de seu perfil no Facebook, aqueles que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff; “quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB”, afirmou; seu texto foi duramente criticado; alguns chegaram a chamá-lo de “petralha”; para o tucano, “existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra sem partido político”; o deputado Jair Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes, frisa
O tucano Xico Graziano, ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), criticou, por meio de seu perfil no Facebook, aqueles que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e afirmou: “quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB”.
Seu texto foi duramente criticado por usuários da rede social, inclusive com xingamentos. Alguns chegaram a chamá-lo de “petralha”.
Graziano, que já foi deputado federal pelo PSDB e chefe do Gabinete Pessoal de FHC, escreveu em seu perfil no Facebook uma análise sobre como a direita no Brasil não encontraria representação em nenhum dos partidos políticos existentes, direita essa que tem “o Deputado Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho” como seus expoentes.
Leia abaixo o texto na íntegra:
“Mexi num vespeiro da política ao postar aqui, ontem, opinião contrária ao impeachment da Dilma. Julguei a causa antidemocrática, não republicana. Não gostei daqueles discursos irados, revanchistas e reacionários. Tomei um troco bravo. Recebi centenas de comentários, críticos a maioria, de baixo nível muitos deles. Vou aprofundar a polêmica. Sigam meu raciocínio.
Existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra desamparada do sistema representativo, quer dizer, sem partido político. Sua força se mostra na rede da internet. Essa corrente luta para destruir o PT, acusando-o de querer implantar o comunismo por aqui. Defendem as liberdades individuais, combatem tenazmente a corrupção organizada no poder, desprezam totalmente as lutas sociais, mostrando-se intolerante com o direito das minorias. O Deputado Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes.
Tudo bem. Acontece que, no período das eleições presidenciais, essa tendência se articula no seio do PSDB, trazendo para nosso partido suas causas. É normal existirem as alianças eleitorais, e para tal existe o segundo turno. O problema surge quando os militantes da direita exigem que nós, os sociais democratas, encampemos sua ideologia, o que seria um absurdo.
A intolerância mostrada em minha página do facebook reflete essa incompreensão. Criticam minha coerência, decepcionam-se com os meus valores imaginando que eu deveria assumir os deles. Pior, alguns tolamente me acusam de ser “petista infiltrado”. Dá até um pouco de dó.
Ora, nós, do PSDB, nascemos inspirados na socialdemocracia europeia, com viés da esquerda. Nossa origem reside no MDB autêntico, que foi decisivo na derrubada da ditadura militar. Nós fomos decisivos na Constituinte de 1988. Fomos nós, com FHC à frente, que criamos as bases socioeconômicas do Brasil atual, inclusive as políticas de transferência de renda e as cotas.
Na complexidade do mundo contemporâneo anda difícil rotular os partidos, e as pessoas, como de “direita” ou de “esquerda”, categorias válidas no século passado, mas ultrapassadas hoje em dia. De qualquer forma, quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB. Vocês é que estão no lugar errado, não eu!”
Fonte: Brasil 247