Veja 10 mulheres inventoras que revolucionaram o mundo

Invenções feitas por mulheres mudaram o rumo da ciência e tecnologia.
Criações vão desde colete à prova de balas até sistema ‘pai’ do Wi-Fi.

Por Cauê Fabiano, do G1

Amalie Auguste Melitta Bentz – filtro de café
Nascida na cidade de Dresden, na Alemanha, Melitta Bentz criou o primeiro filtro de café, já que coadores de pano, feitos de linho, eram bastante difíceis de serem limpos. Após fazer diversos experimentos, Amalie usou um papel filtrante colocado dentro de um recipiente de latão, que tinha um furo na parte inferior. Com o café feito mais rápido e sem resíduos do pó, a alemã foi a primeira a produzir o filtro de papel em série, obtendo a patente da invenção em junho de 1908.

Filtro de café foi inventado em 1908 pela alemã Amalie Auguste Melitta Bentz (Foto: Wikimedia Commons)
Filtro de café foi inventado em 1908 pela alemã Amalie Auguste Melitta Bentz (Foto: Wikimedia Commons)

Grace Hopper – compilador
Com Ph.D em matemática pela Universidade Yale, a americana Grace Hopper se voluntariou para Marinha americana durante a Segunda Guerra Mundial, onde trabalhou com programação do computador Mark I. Apelidada de “Amazing Grace”, Hopper foi responsável por inventar o primeiro compilador para linguagens de programação (ferramenta que transforma o código-fonte em uma linguagem), levando à criação do COBOL (Linguagem Comum Orientada para os Negócios, em inglês), a primeira linguagem de programação voltada ao uso comercial. Grace também cunhou o termo “bug” para descrever um problema no sistema de um computador, devido a uma mariposa encontrada dentro da máquina.

Além do compilador e do COBOL, Grace Hopper foi a primeira a cunhar o termo 'bug' para se referir a um erro no sistema. À direita, uma mariposa colada a um relatório sobre o computador de cálculos Mark II (Foto: Wikimedia Commons, U.S. Naval Historical Center Online Library Photograph)
Além do compilador e do COBOL, Grace Hopper foi a primeira a cunhar o termo ‘bug’ para se referir a um erro no sistema. À direita, uma mariposa colada a um relatório sobre o computador de cálculos Mark II (Foto: Wikimedia Commons, U.S. Naval Historical Center Online Library Photograph)

Hedy Lamarr – conexão wireless
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” (1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequência de rádio para que não fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth. Veja a patente original.

O 'sistema de comunicação secreto' de Hedy Lamarr permitiu a criação, mais tarde, de tecnologias como o Bluetooth e o Wi-Fi (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)
O ‘sistema de comunicação secreto’ de Hedy Lamarr permitiu a criação, mais tarde, de tecnologias como o Bluetooth e o Wi-Fi (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)

Katharine Burr Blodgett – vidro invisível
O clássico do cinema “E o Vento Levou”, de 1939, levou 10 prêmios Oscar, incluindo o de Melhor Fotografia, já que as imagens, à época, eram consideradas impecáveis. O filme foi o primeiro a utilizar em suas câmeras o “vidro invisível”, criado pela física americana Katharine Blodgett. Sendo a primeira mulher a obter um Ph.D em física pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, Blodgett inventou um vidro extremamente fino e com baixíssimos níveis de reflexo e distorção. Com isso, acabou revolucionando as tecnologias de câmera e melhorando significativamente aparelhos como projetores, periscópios submarinos, microscópios, telescópios, entre outros. Veja a patente original.

Katharine Burr Blodgett revolucionou a ciência e o cinema ao criar o 'vidro invisível' (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)
Katharine Burr Blodgett revolucionou a ciência e o cinema ao criar o ‘vidro invisível’ (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)

Letitia Mumford Geer – seringa
Em 2 de abril de 1899, a americana Letitia Geer registrou a patente da primeira seringa para aplicação de substâncias por meio de um pistão, e que podia ser utilizada com apenas uma mão pelo médico. O conceito inventado por Geer facilitou bastante a vida dos profissionais de saúde, e as seringas modernas são inspiradas pelo modelo apresentado pela inventora. O documento que mostra a patente original, registrada no fim do século 19, está disponível online. Veja a patente original.

Letitia Mumford Geer foi a responsável por introduzir o modelo de seringa operada com apenas uma mão (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)
Letitia Mumford Geer foi a responsável por introduzir o modelo de seringa operada com apenas uma mão (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)

Marie Van Brittan Brown – sistema de monitoramento doméstico
Natural do bairro do Queens, em Nova York, a inventora afroamericana obteve, em 1969, a patente para o primeiro sistema de vigilância por vídeo para uso doméstico. O sistema funcionava com uma câmera que podia ser remotamente controlada e movida por quatro buracos diferentes, transmitindo as imagens para um monitor dentro de casa. A invenção foi a “mãe” dos sistemas modernos de vigilância doméstica, e a patente também está disponível para consulta. Veja a patente original.

A afroamericana Marie Van Brittan Brown criou o primeiro sistema de vigilância doméstica (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)
A afroamericana Marie Van Brittan Brown criou o primeiro sistema de vigilância doméstica (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)

Marion Donovan – fraldas descartáveis
Com dezenas de patentes registradas, a americana foi a responsável pela criação da primeira fralda descartável à prova de líquidos, o que facilitou a vida dos pais que sofriam ao trocar e lavar fraldas de pano. A ideia surgiu ao costurar uma cortina de chuveiro à fralda, o que evitava que a roupa do bebê e o berço ficassem molhados. Além disso, Donavan também foi responsável por substituir os alfinetes (perigosos para as crianças) por lacres de plástico nas fraldas. Veja a patente original.

Insatisfeita com as fraldas de pano, Marion Donovan foi a responsável pelas primeiras fraldas descartáveis à prova d'água (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)
Insatisfeita com as fraldas de pano, Marion Donovan foi a responsável pelas primeiras fraldas descartáveis à prova d’água (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)

Mary Anderson – limpador de para-brisa
Dirigir em dias de chuva ou neve só se tornou algo um pouco mais tranquilo depois da invenção do primeiro sistema automático para limpar o para-brisa do carro. A invenção da americana foi registrada em 1903, e permitia que o vidro fosse limpo pelas lâminas, que eram ativadas por dentro do veículo. Veja a patente original.

Mary Anderson foi responsável por criar o primeiro limpador de para-brisa (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)
Mary Anderson foi responsável por criar o primeiro limpador de para-brisa (Foto: Wikimedia Commons, Google Patents)

Stephanie Kwolek – kevlar
Filha de imigrantes poloneses, a química americana Stephanie Kwolek foi responsável por criar uma família de fibras sintéticas ultrarresistentes, mas que também eram bastante maleáveis. A tecnologia, batizada de “Kevlar”, foi aplicada a em aviões, pneus, barcos e até raquetes de tênis, no entanto, ficou mais conhecida pelo uso em coletes à prova de balas. Mesmo assim, Kwolek nunca lucrou com suas patentes, já que, à época, elas foram cedidas à empresa na qual a inventora trabalhava. Veja a patente original.

Os polímeros ultrarresistentes criados por Stephanie Kwolek permitiram a criação dos coletes à prova de balas modernos (Foto: Chemical Heritage Foundation. Google Patents)
Os polímeros ultrarresistentes criados por Stephanie Kwolek permitiram a criação dos coletes à prova de balas modernos (Foto: Chemical Heritage Foundation. Google Patents)

Tabitha Babbitt – serra circular
Nascida em 1779 na cidade de Hardwick, Massachusetts (EUA), Babbitt é creditada por inventar a primeira serra circular, que permitia cortar madeira muito mais rápido do que o método tradicional, utilizando uma máquina movida à água de um moinho para criar o movimento. A invenção, de 1813, não foi patenteada pela americana, e acabou sendo registrada três anos depois por dois franceses que tiveram acesso aos documentos.

Mesmo creditada pela invenção, Tabitha Babbitt não registrou a patente da serra circular (Foto: Wikimedia Commons)
Mesmo creditada pela invenção, Tabitha Babbitt não registrou a patente da serra circular (Foto: Wikimedia Commons)

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