‘Você não vai entrar aqui não, sua coisa’ – Universitário barrado no elevador de prédio onde mora

As imagens do circuito de segurança do edifício também serão utilizadas no inquérito

Um estudante do último semestre de medicina veterinária diz ter sido vítima de racismo no prédio onde mora, na rua Emílio Odebrecht, no bairro da Pituba, na manhã deste sábado (11). Segundo informações de Edmário Maia, advogado da vítima, as supostas autoras do crime são vizinhas do universitário no edifício São Marcos.

Segundo a vítima, tudo começou quando Marcos Davi Silva e Silva chegou da academia e seguiu em direção ao seu apartamento. Ao tentar entrar no elevador de serviço do edifício, ele foi barrado pelas vizinhas, mãe e filha, que o proibíram de entrar no ascensor. “Você não vai entrar aqui não, sua coisa”, teria dito a mãe, segundo o advogado.

Assustada, a vítima perguntou o motivo do impedimento, quando uma das vizinhas respondeu que “não andava com pessoas como ele“. Após uma discussão com o uso de muitos palavrões, ainda segundo o jovem de 26 anos, as mulheres, de identidades não divulgadas, saíram da área de acesso ao elevador e foram à portaria prestar queixa no livro do condomínio.

Marcos foi em sua casa e em seguida desceu para portaria. Uma segunda discussão teria iniciado. “Marcos foi chamado de cachorro, meliante e de outras coisas, além disso, as mulheres disseram: ele deveria estar na prisão, no local onde gente como ele deveria estar”, completou o advogado do estudante.

Após as agressões verbais, Marcos foi à 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba), onde prestou queixa e foi ouvido pelo delegado plantonista, Alberto Schramm. O delegado não quis dar mais detalhes sobre o caso, mas informou que o registro foi realizado e disse que foram emitidas intimações para as testemunhas e as vizinhas do universitário.

As imagens do circuito interno de segurança do edifício também serão utilizadas no inquérito, segundo o delegado. O advogado do estudante contou ainda que as mulheres podem ser indiciadas por segregação racial, que tem pena de 1 a 3 anos em regime fechado. O crime é inafiançável.[

 

 

Fonte: Correio da Bahia

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