Rio 2016: 13 atletas LGBT que brilham na Olimpíada

A Rio 2016 tem um marco muito importante: nunca antes os Jogos Olímpicos tiveram tantos atletas abertamente LGBT quanto neste ano. São 43 no total, de acordo com o site Outsports.

Por Caio Delcolli Do Brasil Post

Sim, é um número muito baixo, considerando os mais de 11 mil esportistas presentes no evento. Entretanto, não deixa de ser também um avanço. Em 2012 (Londres), eram 22, e em 2008 (Pequim), apenas 12. E o Outsports avalia que a tendência é o número apenas crescer.

Recentemente, foi a vez de Elena Delle Donne, dos Estados Unidos – considerada uma das melhores do mundo –, sair do armário em público. Em perfil na Vogue, a olímpica disse estar noiva de outra mulher. Bravo, Elena!

Abaixo, mais alguns exemplos de atletas que estão na Rio 2016 fora do armário e ostentando orgulho por isso:

Tom Daley (salto ornamental, Reino Unido)

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Aos 22 anos, Daley é uma das estrelas do salto ornamental na Inglaterra. Ele pratica o esporte desde os sete anos e compete nacional e internacionalmente desde os nove. Em 2012, ele venceu uma medalha de bronze na Olimpíada de Londres. No ano seguinte, ele postou um vídeo no YouTube no qual ele disse estar em um relacionamento com um homem – seu atual noivo, o cineasta Dustin Lance Black. O atleta disse ao Sun que ambos pretendem começar uma família após a Rio 2016.

Mayssa Pessoa (handebol, Brasil)

Ela fez parte da icônica equipe de handebol brasileira nos Jogos de 2012, quando a seleção conquistou o sexto lugar. Naquela época, ela afirmou em entrevista ao UOL ser bissexual.

Nicola Adams (boxe, Reino Unido)

A inglesa Nicola Adams, de 33 anos, é uma atleta pioneira. Ela se tornou a primeira mulher a vencer um título olímpico em boxe e a primeira atleta olímpica premiada com ouro a se assumir publicamente como LGBT – no caso dela, bissexual. Na Rio 2016, Adams planeja homenagear o boxista e ativista Muhammad Ali recitando poemas escritos por ela mesma. Além disso, ela cravou em recente entrevista ao Daily Mail que está confiante de que pode levar ouro novamente.

Tom Bosworth (marcha atlética, Reino Unido)

Detentor de recordes e considerado um dos melhores na marcha atlética do Reino Unido, Bosworth saiu do armário publicamente em 2015, no Instagram. “Em breve não haverá história, apenas a felicidade”, escreveu.

Ian Matos (salto ornamental, Brasil)

Matos, de 27 anos, assumiu publicamente ser homossexual em 2014 – ocasião em que ele disse que é possível ser “gay e feliz” – e tem se mostrado engajado na luta contra a homofobia. “Nós aprendemos a ser racistas, homofóbicos e machistas. É claro que dá para desaprender também”, disse ao Globo Esporte. “Você vê pessoas no Ministério da Educação que não conseguem trabalhar gêneros de jeito nenhum na escola, que era o lugar que era para ser trabalhado. Por quê? Porque existe todo um movimento de uma bancada evangélica que barra a discussão de gênero na escola. Existem movimentos políticos por trás disso.”

Maartje Paumen (hóquei de campo, Holanda)

Considerada uma das melhores jogadoras de hóquei do mundo, Paumen ganhou ouro na Olimpíada de 2008, em Beijing, com o time holandês. Em 2011, participando de um torneio na Argentina, a atleta ganhou o Troféu dos Campeões de Jogadora do Ano.

Edward Gal (hipismo, Holanda)

Forte candidato a vencer uma medalha nos Jogos – ele já conquistou uma em 2012 – Gal está em um relacionamento de muitos anos com seu colega de equipe, Hans Peter Minderhoud

Seimone Augustus (basquete, Estados Unidos)

Jogos Olímpicos não são território desconhecido para Augustus. Ela levou ouro para casa com as meninas da seleção dos EUA em 2008 e 2012. A jogadora advogou pelo casamento igualitário e é casada desde 2015.

Ari-Pekka Liukkonen (natação, Finlândia)

Ao sair do armário em 2014 durante uma entrevista, o nadador de 27 anos se tornou um dos primeiros grandes atletas da Finlândia a ser publicamente gay. Na ocasião, ele saiu em defesa da situação dos LGBT na Rússia, onde a comunidade enfrenta opressão sem igual. Levou bronze nos Jogos de 2012 na modalidade de 50 metros livres.

Michelle Heyman (futebol, Austrália)

A futebolista australiana de 28 anos é um dos principais nomes femininos do esporte em seu país. Ela diz que nunca esteve no armário, de não natural que lhe pareceu ser sua orientação sexual. Heyman disse ao Danielle Warby: “Há um estigma de que todas as atletas são ou ‘se transformam’ em lésbicas. Eu fico frustrada por ser alguém que esteve em relacionamentos heterossexuais na maior parte da minha vida e dá validade a esse estigma na mente das pessoas ignorantes que acreditam nele”.

Jillion Potter (rúgbi, Estados Unidos)

Após se recuperar do câncer sarcoma sinovial e de um pescoço quebrado, Potter chega aos Jogos como líder de seu time e está otimista sobre o evento deste ano. Ela disse ao Team USA: “As Olimpíadas são uma enorme plataforma e a parte mais empolgante é que isso permite que mais pessoas se apaixonem pelo jogo e vejam por que ele é tão especial”.

Chris Mosier (triatlo, Estados Unidos)

Ele é ativista dos direitos LGBT e um dos poucos atletas abertamente transgêneros da Rio 2016. “Nós estamos a um longo caminho de naturalizar a participação e o sucesso de atletas trans”, disse à Rolling Stone, “mas é o que espero que venha disso tudo.”

Rafaela Silva (judô, Brasil)

Responsável pelo 1º ouro brasileiro na Rio 2016, Rafaela Silva perdeu uma competição nos Jogos de 2012. Na ocasião, ela recebeu várias mensagens racistas, chegou a entrar em depressão e pensar em desistir do esporte. Entretanto, ela deu a volta por cima e, apesar do racismo e da infância difícil na Cidade de Deus, ela conquistou ouro na Olimpíada deste ano. Silva atribui seu sucesso ao companheirismo de sua namorada.

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