2 DEDOS DE PROSA: Leci Brandão e o samba

A deputada estadual de São Paulo pelo PCdoB, a sambista Leci Brandão, deu “dois dedos” de prosa com o mandato da líder na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali, na semana em que se comemora o Dia Nacional do Samba (2). Leci é uma das parlamentares e militantes de esquerda mais ligadas à área da Cultura do partido, tanto pela profissão quanto pela atuação política. Em Brasília, o PCdoB também já presidiu a Comissão de Cultura da Câmara, com Jandira, em 2013, e a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura no Congresso, em 2011 e 2012. Atualmente, o colegiado da Cultura na Câmara é presidido pela baiana comunista Alice Portugal.

Por: João Pedro Werneck  Do: sigajandira

Para comemorar a data e o tema, o repórter João Pedro Werneck entrevistou Leci sobre a área e seus incentivos:

João: Leci, o samba tem profunda relação com a cultura popular  do país, mas a área ainda é carente de recursos nos governos. Como incentiva-la?

Leci: Diria que o samba é uma das expressões fundantes da nossa cultura e, de fato, a atenção que o poder público e as instituições dedicam ao samba está muito aquém de sua importância. Portanto, o primeiro passo no sentido de reparar essa ausência de atenção e, diria mesmo, essa invisibilidade é olhar para o samba e seus diversos formatos de um modo afirmativo, reconhecendo que esse gênero e as comunidades que o sustenta e legitima precisam de uma atenção específica, que respeite suas singularidades.

João: Existe alguma legislação que apoia e incentiva?

Leci: O Estatuto da Igualdade Racial incentiva, em um de seus artigos, a celebração das personalidades e datas comemorativas relacionadas à trajetória do samba. Um bom começo seria simplesmente cumprir o que determina o Estatuto, por exemplo.

João: E pelos estados, como isso se dá? É diferenciado regionalmente?

Leci: Aspecto que considero importante é saber de que universo exatamente estamos falando. A realização de pesquisa e mapeamento sobre o perfil das diversas manifestações do samba nos estados seria importante. Isso talvez ajudasse a pensar em incentivos específicos para o samba a partir das necessidades reais de seus atores e comunidades.

Contudo, assim como são diversas as manifestações do samba, da mesma forma há singularidades que devem ser respeitadas e, para isso, nada melhor do abrir o diálogo com quem faz samba, para que a interlocução com o poder público tenha como resultado o incentivo da cultura do povo e não do povo da cultura.

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