Como mãe de primeira viagem, eu não fazia ideia do que aconteceria em minha vida quando minha filhinha nasceu.
Por Shonitria Anthony, do Brasil Post
Eu pesquisei (o Google virou meu novo melhor amigo), descarreguei alguns aplicativos no meu iPhone (e no de meu namorado, porque ele também precisa ficar sabendo) e fiz um milhão de perguntas à minha mãe.
Queria estar o mais bem preparada possível para o grande dia.
Mas a maior coisa que descobri foi que nada poderia me preparar para o que eu ia viver depois de dar à luz, desde a primeira noite de minha filha em casa até a depressão pós-parto.
Hoje, depois de seis meses vivendo a experiência da maternidade, estou aqui para compartilhar algumas coisas que aprendi e que eu gostaria demais que alguém tivesse me dito antes.
1. Depois de dar à luz você continua com aparência de grávida.
É verdade que eu li em algum lugar que você vai continuar parecendo grávida depois de dar à luz, mas não dei importância – não acreditei realmente.
Afinal, você já viu as fotos de Kourtney Kardashian e Blake Lively depois de darem à luz? Por isso fiquei arrasada quando olhei para baixo e vi a pele solta e murcha de minha barriga no dia depois do parto.
Saí do hospital um pouco decepcionada porque as roupas de gestante ainda me serviam. Tive que me recordar que eu tinha acabado de dar à luz a uma bebê de mais de quatro quilos – uma bênção. Minha barriga levou nove meses para esticar daquele jeito. Então eu me dei uma folga e curti a realidade de que meu corpo tinha acabado de produzir um milagre.
2. Aproveite sua licença-maternidade para cuidar um pouco de você mesma.
A licença-maternidade é o tempo que você passa sem trabalhar depois de voltar para casa com seu bebê.
Eu tinha feito cesárea; por isso, nas primeiras semanas depois de voltar para casa, tive que fazer repouso e não pude fazer muito esforço físico. Um dia, no início da licença-maternidade, resolvi comprar um pacote que dava direito a quantas aulas de Bikram yoga eu quisesse por um mês.
Jurei para mim mesma que eu completaria aqueles 30 dias antes da licença-maternidade acabar.
E foi o que eu fiz. Bem, não fiz todos os 30 dias de aulas, mas fiz o suficiente para me orgulhar de mim mesma. Uma aula de Bikram yoga dura 90 minutos, e passar aquele tempo fora de casa me ajudou a meditar e alcançar um pouco de paz interior.
Pude me concentrar em mim mesma, sem distrações. E, o que foi ainda melhor, pude me reconectar com meu lado mulher. De quebra, consegui perder a maior parte dos quilos a mais acumulados na gravidez.
3. Você vai se sentir totalmente perdida na primeira noite depois de trazer seu nenê para casa.
Perdida e assustada. Não se preocupe, é normal.
Me lembro de ter voltado para casa com minha filhinha naquela primeira noite morrendo de medo que eu a quebraria, que ela pararia de respirar no meio da noite ou que cada chorinho significava que alguma coisa terrível estava acontecendo com ela.
Estávamos apenas eu e meu namorado. Não sabíamos nada sobre bebês, então estávamos apavorados, é claro.
Onde estava o manual de instruções?
Mas conseguimos passar bem por aquela primeira noite, depois a segunda, a terceira, etc. Com o tempo, parei de ficar olhando dentro da cestinha dela a cada 15 minutos.
4. Se estiver deprimida, não tenha medo de aceitar ajuda.
Depois de passar semanas sem sair de casa, amamentando minha filha dia e noite e mal tendo tempo para tomar banho, comecei a ficar deprimida. Comecei até a sentir inveja do meu namorado, que ia voltar logo ao trabalho.
Na maioria dos dias eu não saía de casa, às vezes nem saía da cama. Eu não conversava muito ao telefone. Comecei a sentir solidão. Parecia que ninguém podia me entender nem entender pelo que eu estava passando, então me convenci que o isolamento seria a solução.
Mas minha família e meus amigos ficaram do meu lado enquanto eu combati a depressão pós-parto, fosse para me ouvir desabafar sobre a raiva que eu sentia de outros seres humanos ou para me incentivar a sair para jantar.
Com o tempo, com a ajuda deles, aquele sentimento de solidão foi se dissipando. Se você achar que pode estar com depressão pós-parto, procure o médico ou vá para o site http://www.postpartum.net/.
5. Crie tempo para amar, apreciar e abraçar seu parceiro.
Houve dias em que senti raiva de meu namorado depois de nossa filha nascer. Eu vivia exausta e desarrumada, sem nunca dormir o suficiente, com todas aquelas mamadas às 3h da manhã, a dor do corte, os pés inchados e por não poder tomar banho quando queria.
Sempre que eu estava de mau humor ou cansada, ele chegava com um sorriso como se fosse Superman para pegar a nenê no colo, trocar sua fralda ou acalmá-la quando estava chorando.
Me parecia injusto que ele podia encarar seu novo papel de pai com tanta tranquilidade enquanto eu estava toda desgrenhada e cansada. Mas eu tinha que lembrar que ele era o mesmo homem que estava cozinhando, lavando a roupa, fazendo a limpeza e cuidando de tudo em casa enquanto eu estava fora de ação, me recuperando da cesárea.
Ele realmente foi um super-herói. A gente se apoiava um no outro, discordava, beijava e fazia as pazes, e com o tempo o rancor que eu estava sentindo em relação a ele se desfez. Porque percebi que precisávamos um do outro, que nossa filha precisava de nós dois e que, juntos, formávamos um time imbatível.
6. Cada coisinha que acontece pela primeira vez lhe trará felicidade enorme.
Depois de ter minha filha eu passei a entender por que algumas mães postam milhões de fotos de seus filhos em suas contas de mídia social, porque o orgulho que você sente por seu filho é incomensurável.
A primeira vez que ela sorriu ou rolou, quando ela começou a engatinhar, quando comeu papinha pela primeira vez, quando começou a se puxar para ficar em pé, todas essas coisas me deram alegria imensa.
Quando eu a segurei no colo pela primeira vez, percebi que até aquele momento eu não tinha feito ideia do que realmente é o amor.
Agradeço à minha filha por me ensinar a dar valor a todas as coisas simples que a vida tem a oferecer, enquanto eu a observo descobrindo o mundo com todas as coisas que ela vive e faz pela primeira vez.
E estou ansiosa por acompanhar seu crescimento e vê-la realizar cada vez mais.