6 verdades surpreendentes sobre a visão de negros e brancos em relação à igualdade racial

Estudo anterior da National Urban League revela que a América negra é apenas 72% igual à América branca.

Por  Lilly Workneh, do The Huffington Post

1. A maioria das pessoas negras acha que o país deveria fazer mais para chegar à igualdade racial; menos de metade das pessoas brancas dizem que já foi feito o suficiente.

O estudo revelou que 88% dos negros acham que é preciso empreender mais esforços para alcançar a meta da igualdade racial, enquanto cerca de metade deles (43%) duvidam que essas mudanças se realizem algum dia. No caso dos brancos, 40% têm a esperança de que o país continue a fazer esforços para dar aos negros a igualdade de direitos com os brancos, enquanto 38% consideram que o país já efetuou as mudanças necessárias.

O gráfico acima mostra as opiniões da América negra e branca sobre a conquista da igualdade racial.

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2. A visão da América negra em relação ao impacto do presidente Barack Obama sobre as relações inter-raciais difere muito da visão da América branca.

Cerca de 51% dos negros acham que o presidente Obama avançou em relação às relações inter-raciais, e 28% dos brancos são dessa opinião também. Ao mesmo tempo, 34% dos negros dizem que Obama tentou mais não conseguiu promover avanços, e 24% dos brancos pensam o mesmo.

Mas a diferença mais gritante se revela nos resultados que mostram que 32% dos brancos, principalmente republicanos, acham que sob Obama as relações inter-raciais pioraram. É um contraste marcante com a porcentagem de negros que são dessa opinião: 9%.

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3. A maioria dos americanos negros e brancos tem consciência do Black Lives Matter, mas difere em suas visões sobre o movimento e o grau em que o apoia.

O Black Lives Matter é um movimento maciço formado em 2012 e liderado por jovens ativistas negros que reivindicam justiça e combatem o assassinato de homens e mulheres negros pela polícia. Mas muitos brancos e negros têm sentimentos ambíguos em relação ao impacto e êxito do movimento.

De acordo com o estudo, 65% dos negros são a favor do Black Lives Matter, enquanto alguns, cerca de 31%, principalmente os que possuem bacharelado ou diploma superior a ele, são céticos em relação à eficácia do movimento em ajudar a promover a igualdade entre raças.

Já no caso dos brancos, 40%, principalmente democratas e pessoas com menos de 30 anos, expressam algum grau de apoio ao movimento. Sessenta e quatro por cento dos democratas brancos e 42% dos independentes são a favor do Black Lives Matter, mas essa visão é compartilhada por apenas 20% dos republicanos brancos, que são os que acreditam menos no potencial impacto do movimento.

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4. Negros consideram que o racismo institucional é um problema grave, enquanto mais brancos dizem que instâncias individuais de discriminação constituem uma preocupação maior.

Uma parcela muito grande dos brancos, 66%, diz que os casos individuais de discriminação nos EUA são um problema maior que o racismo institucional, e apenas 19% dos brancos sentem que o racismo institucional é uma preocupação maior.

A opinião negra é mais bem distribuída (respectivamente 48% e 40%). Apesar do grande número de brancos que não veem o racismo institucional como problema, ele tem um efeito real sobre homens e mulheres negros que consideram ser tratados menos justamente pela polícia (84%), quando pedem financiamento imobiliário (66%), em lojas e restaurantes (49%) e quando votam (43%).

“Em todas essas áreas, os brancos tendem a observar o tratamento desigual muito menos que os negros”, diz o estudo.

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5. Pessoas negras são muito mais discriminadas que pessoas brancas.

Cerca de 71% dos negros dizem que já foram tratados injustamente em função de sua raça: 47% dizem que pessoas os trataram com desconfiança, 45% dizem que foram tratados como se não fossem inteligentes, e 18% denunciam ter sido parados injustamente pela polícia. Esses números superam em muito os dos brancos, entre os quais apenas 30% alegam ter sido discriminados por sua raça.

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6. A disparidade racial persiste em matéria de renda familiar e pobreza.

A renda anual média das famílias negras é US$30 mil menor que a das famílias brancas, e a probabilidade de famílias negras viverem na pobreza é quase o dobro da de famílias brancas.

A grande maioria dos negros considera que as razões por que os negros apresentam atraso se devem a fatores sociais críticos, como discriminação racial (70%), escolas de baixa qualidade (75%) e falta de empregos (66%).

Mas as atitudes em relação à discriminação racial mostram a disparidade maior e mais gritante: apenas 36% dos brancos (a metade da parcela de negros que pensam assim) acham que a discriminação contribui para a dificuldade maior das pessoas negras em subir na vida.

 

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