Voltando para casa
Nas semanas iniciais do isolamento social, Sabrina Fidalgo, mulher negra, cineasta premiada dentro e fora do país, demoliu numa live a ideia de que é chegada a hora dos filmes nunca vistos, dos livros jamais lidos, aquele rol de tarefas habitualmente elencadas para quando a aposentadoria chegar. (Num passado remoto, sonhei estudar produção de roteiros durante a licença- maternidade. A carreira jornalística sedimentada nas duas décadas seguintes é evidência da ilusão.) Com sabedoria desconcertante, ela dispensou o retrovisor: “Interessa o agora. O presente vai determinar o que virá. Então, me ocupo de acompanhar o que as pessoas estão fazendo nessa temporada em casa. Quero pensar novas narrativas a partir daí”. Por FLÁVIA OLIVEIRA, do O Globo Foto: Marta Azevedo Da casa emerge a profusão de reflexões quarentênicas: famílias recolhidas, assimetrias e mazelas escancaradas. A começar pela própria compreensão sobre a palavra. Casa nem sempre é sinônimo ...
Leia mais