Introdução
A presença de africanos no Brasil contribuiu maciçamente com religiosidade presente na em diversas regiões do país quando se trata de cultura de pessoas escravizadas compreendemos o legado desse povo na formação social e religiosa brasileira.
As festas do Rosário muitas vezes têm uma atmosfera festiva, com musica, dança, e comida tradicional, além de serem momentos importantes para as comunidades locais e reunirem em fé e devoção. A construção do templo se deu por volta de 1662-1667 no século XVII autorização do Rei de Portugal Dom Afonso VI piedoso por esses irmãos do Rosário assim o fizeram e levantaram o templo dedicado a sua padroeira conhecida como protetora do escravizados. Nesses espaços de festa surgi então à coroação do Rei Congo no da festividade de N.S, do Rosário, palco de diversas disputas na eleição do cargo que ficava sob os cuidados na mesa regedora, onde se registrava tudo que acontecia na igreja.
O Orago de Nossa Senhora do Rosário: Minha Santa Padroeira
A imagem de Nossa Senhora do Rosário foi testemunha dos festejos presentes nesse templo principalmente as coroações do Rei de Congo uma vez que foram coroados diversos reis e rainhas de muitas nações e saiam pelas ruas do Recife. O que chama a atenção é a bela imagem de Nossa Senhora do Rosário trazida de Portugal em meados do século XVII, possui policromia, está no altar principal da Rua Estreita do Rosário no bairro de Santo Antônio.
Além dessa citada a igreja possui outros santos de devoção em capelas lateral como Santa Ifigênia, São Elesbão, entre outros santos, algumas peças pertencentes à igreja fazem parte do acervo do permanente do MAPS de Pernambuco em Olinda, além de outros santos negros venerados por essas irmandades e confrarias do Rosário. Muitas irmandades de negros pardos possuíam capelas próprias, o que era extremamente valorizado, pois isso dava a elas maior autonomia e independência em suas tarefas do dia a dia (Viana, p, 2012.47).
Conflitos na Coroação do Rei Congo na década de 1840
A coroação do Rei Congo é múltipla e diversa, também conhecida como Manikongo historicamente envolveu diversos conflitos religiosos, políticos e culturais devido à importância do Orago, ou seja, padroeira principal dentro de uma capela e igreja, venerada por irmãos e irmãs do Rosário dos Pretos.
Esses conflitos em torno da coroação do Rei Congo ocorriam muitas vezes envolviam disputas pelo trono tão cobiçado de diversas linhagens da realeza, principalmente quando se tratava das Nações africanas que eram diversas que aqui chegaram através do comercio de pessoas escravizadas oriundas da costa africana, muitas facções rivais, grupos de outras etnias ou até alguma interferência de outros países como Portugal, visto que essas coroações começaram na Europa.
REFERENCIAS
BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Brasília, 2004.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2017.
KOSTER, Henry. Viagens ao Nordeste do Brasil. Tradução, prefácio e comentários Luis da Câmara Cascudo. Volume 2, 12ª Edição.
SANTOS, Lídia Rafaela Nascimento dos. Das festas aos botequins: organização e controle dos divertimentos no Recife (1822 – 1850). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, 2011.
VIANA, Larissa Moreira. As festas Negras (p. 48, 49), In: ABREU, Martha; DANTAS, Carolina Vianna; MATTOS, Hebe. (org.). O negro no Brasil: trajetórias e lutas em dez aulas de história. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012
Tiago dos Santos Silva
Graduado em História
Especialista em História e Cultura Afro Brasileira
Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em História PPGH UNICAP
Professor da Rede Estadual de Ensino 2 ° grau Ensino Médio
Atualmente desenvolve pesquisa na área de História sobre As Festas de N.S do Rosário dos Homens Pretos do Recife no século XIX
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