Alicia Keys sobre objetificação: ‘Olhava capa de revista e quase vomitava’

Alicia Keys confessou que se sentiu objetificada no começo da carreira. Após alcançar o sucesso em 2001, aos 20 anos de idade, com o lançamento do álbum “Songs in a A Minor”, a cantora passou por várias sessões de fotos em que “sentiu que tinha algo errado”.

No Universa

Alicia Keys (Foto: Rob Latour/Shutterstock)

Alicia escreveu sobre a experiência em seu novo livro, “More Myself”, que chega às livrarias dos EUA no dia 31: “‘Abre a sua camisa um pouco’, dizia o fotógrafo enquanto disparava a câmera. Meu espírito estava gritando que havia algo errado ali, que aquilo parecia sujo. ‘Abaixe um pouco a cintura do seu jeans’, ele incentivava”.

“Eu engolia as minhas reservas, colocava o dedo entre os jeans e a minha pele, e obedecia. No dia em que a revista ia sair, eu passava pela banca e via a capa na vitrine. Eu quase vomitava”, lembrou ainda.

Alicia ainda admitiu, no livro, que quase teve “um colapso nervoso” por volta de 2006, preferindo deixar os holofotes para trás por um tempo. “Eu estava construindo a minha vida em torno de uma imagem de perfeição, e isso era muito opressivo”, contou.

“Eu claramente era uma mulher que queria falar sobre verdade, empoderamento e força na minha arte. Mas, quando olhava para mim mesma, percebia que estava usando uma máscara minha vida toda”, escreveu ainda.

Alicia se abriu também sobre a relação com a mãe, que a criou praticamente sozinha. A cantora contou que foi ela quem a ensinou a ter orgulho da sua identidade birracial — a mãe de Alicia era branca, enquanto seu pai era negro.

“Ela me dizia que eu era o melhor de dois mundos. E ela estava certa. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que os Estados Unidos me fariam escolher, então me deu a consciência que ainda é intacta em mim: eu sou uma garota negra”, explicou.

Leia também:

Larissa Luz cancela show com rapper: ‘Objetificação da mulher preta’

Por que a ‘nova Globeleza’ é um avanço para a representatividade das mulheres negras no Brasil

Quem vestiu a Globeleza?

+ sobre o tema

A difícil jornada de se declarar preta

Era 1983, em Brasília (DF), uma mãe preta leva...

90% dos transexuais estão fora do mercado formal de trabalho em Sergipe

'Falta de apoio familiar, pouco estudo e preconceito prejudicam...

para lembrar

Sueli Carneiro no espaço CULT – vídeo

Sueli Carneiro, diretora do Geledés Instituto da Mulher Negra...

9 coisas que você faz que perpetuam a cultura do estupro

Não adianta falarmos só do estupro, crime, tipificado no...
spot_imgspot_img

Universidade é condenada por não alterar nome de aluna trans

A utilização do nome antigo de uma mulher trans fere diretamente seus direitos de personalidade, já que nega a maneira como ela se identifica,...

O vídeo premiado na Mostra Audiovisual Entre(vivências) Negras, que conta a história da sambista Vó Maria, é destaque do mês no Museu da Pessoa

Vó Maria, cantora e compositora, conta em vídeo um pouco sobre o início de sua vida no samba, onde foi muito feliz. A Mostra conta...

Nath Finanças entra para lista dos 100 afrodescendentes mais influentes do mundo

A empresária e influencer Nathalia Rodrigues de Oliveira, a Nath Finanças, foi eleita uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo pela organização...
-+=