LinkedIn recua e passa a permitir anúncios de vaga para minorias

Mudança ocorre após repercussão negativa de retirada de publicação do ar

Após derrubar um anúncio que dava preferência a candidatos negros e indígenas, a rede social voltada para trabalho LinkedIn recuou e passou a aceitar divulgação de vagas para minorias.

Em nota, a plataforma agradece o retorno da comunidade brasileira e diz que atualizou a sua política global de anúncios para “permitir a divulgação de publicações que expressem preferência por profissionais de grupos historicamente desfavorecidos na contratação em países onde esta prática é considerada legal”.

A mudança ocorreu após o caso ser noticiado pela Folha, há duas semanas, e se tornar alvo de ação civil pública da Educafro, da Frente Nacional Antirracista e do Centro Santo Dias de Direitos Humanos, da Arquidiocese de São Paulo.

No documento, as entidades afirmam que a pretexto de evitar discriminação, a empresa consegue o efeito “exatamente inverso”: reforçar a discriminação histórica e tradicional de minorias no mercado de trabalho brasileiro.

As entidades afirmam ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) já julgou a constitucionalidade das ações afirmativas e sua compatibilidade com o princípio da igualdade.

A vaga derrubada que deu início à discussão foi aberta pelo Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo) e buscava contratar alguém para a coordenação do setor administrativo e financeiro. O anúncio dizia dar preferência a uma pessoa negra ou indígena.

Após tirar o anúncio do ar, o LinkedIn disse que suas políticas não permitiam vagas que excluíssem ou demonstrassem preferência por profissionais. A restrição valia, segundo a empresa, para quaisquer tipos de características, fossem elas idade, gênero, raça, etnia, religião ou orientação sexual.

Em 2020, um programa de trainees exclusivos para negros, do Magazine Luiza, também foi alvo de críticas.

Em setembro daquele ano, a Defensoria Pública da União entrou com uma ação civil pública para cobrar R$ 10 milhões da empresa, sem sucesso.

Depois da rede de varejo, outras empresas lançaram programas de seleção similares, com reserva de vagas para candidatos negros ou seleções exclusivas. A Folha organiza, neste ano, a segunda edição para um treinamento destinado a profissionais negros. A primeira foi em 2021.

Leia Também:

Top Voice & Creator 2022, Ana Minuto se pronuncia após LinkedIn banir vaga inclusiva

+ sobre o tema

Mulheres e negros ocupam só 1 a cada 10 vagas de CEOs no Brasil, mostra pesquisa

O alto comando das empresas brasileiras ainda tem baixa...

Indígenas e quilombolas falam sobre experiência de construção de protocolos de consulta no Tapajós

Esse tratado internacional ratificado pelo Brasil em 2002 determina...

Wellington Dias diz que 22 governadores concordam com pacto nacional de medidas restritivas para conter a Covid-19

O governador do Piauí, Wellington Dias, representante do Fórum...

para lembrar

SEPPIR publica Relatório de Atividades do CNPIR

O material destaca os resultados obtidos no biênio 2012...

Violência crua, um flagrante de trabalho infantil em matadouro

Crianças de 12 anos trabalham com facas afiadas...
spot_imgspot_img

CNU: saiba como conferir local de prova do ‘Enem dos concursos’

O governo divulgou, nesta semana, o cartão de confirmação de prova do CNU (Concurso Nacional Unificado) com a informação sobre o local de prova...

Vacinação da gripe é ampliada para todas as pessoas acima de seis meses de idade

O Ministério da Saúde ampliou a vacinação da gripe para pessoas acima de seis meses de idade. A medida passa a valer nesta quarta-feira (1º). Antes,...

Confira a lista de selecionades para o curso Multimídia e Estética

Foram 101 inscrições de 16 estados diferentes do Brasil. Em uma escolha difícil, a comissão avaliadora selecionou todos os candidatos que estavam aptos, de...
-+=