A mulatice intelectual e o racismo no Brasil

Um dos maiores entraves para a erradicação do racismo contra os pretos no Brasil, não são os “mulatos”, ou miscigenados biológicos.

Reprodução/ Facebook/ortrun

Por Marcos Romão Do Mama Press

Um dos grandes entraves para a eliminação, mesmo que pequena do racismo sorrateiro brasileiro, é  sim, a mulatice intelectual dominante no campo da ideias,  que pouco depois da Abolição da Escravidão, criou ideologias para controle das massas negras. A partir da criação do modernismo em 1922, passando pela bossa nova e tropicalismo, reinventou esse tal de cordial, misturado e malandro “brasileiro”, de Darcy Ribeiro, João Ubaldo e Gilberto Freire entre outros, em que se transformou um fictício ser brasileiro “moreno”, não racista na forma e cruel ariano racista nas ideias, do nosso imaginário e mentalizado “Povo Brasileiro”.

Essas gentes, que somos todos nós, lavamos com jatos de ácido sulfúrico, a pele preta mental do Brasil. Subjugando e mantendo numa sociedade paralela, mais da metade da população brasileira, a enviando para as prisões ou eliminando biológica e fisicamente a jatravés do genocídio da juventude negra brasileira, com seus esquadrões de morte racial, espiritual e física.

É preciso que todos saibam, que tanto os brancos de boa vontade que querem ajudar aos negros, mas que não reconhecem o neocolonialismo e genocídio cultural ideológico do ser negro (ideologia epistemicida das culturas negras), quanto negros inseguros, cegados pelas benesses, promessas, tapas nas costas e afagos nas bundinhas, que não veem que estamos sendo alvos de uma guerra genocidam, também são agentes passivos do genocídio cultural, mental, intelectual e físico dos negros pretos do Brasil.

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