A vida de Barack Obama não foi nada convencional, desde o começo. Sua biografia – mãe branca, pai africano, infância no Havaí e na Indonésia, seu trabalho numa das comunidades mais pobres do país, os estudos e a carreira de docente em algumas das universidades mais prestigiadas dos EUA – é diferente da de qualquer outro candidato à presidência.
Se por um lado esta formação eclética impulsionou sua extraordinária ascensão, por outro, o nome estrangeiro e a raça tornaram sua candidatura algo de difícil aceitação em algumas partes dos EUA. A mãe, nascida no Kansas, o pai originário do Quênia, o encontro dos dois na Universidade do Havaí, seu casamento, o nascimento de Barack – o “abençoado”, em árabe – no dia 4 de agosto de 1961. A infância exótica na Indonésia, pátria do pai adotivo; a convivência com a pobreza do Terceiro Mundo.
Depois do colégio, Obama cursou o Occidental College de Los Angeles, onde mergulhou pela
Entretanto, Obama fracassou redondamente em 2000, quando concorreu com o congressista Bobby Rush, um antigo membro dos Panteras Negras. Dois anos mais tarde, Obama decidiu aspirar a outro cargo, dessa vez no Senado federal. Ganhou as primárias bastante concorridas e logo se destacou como um astro em ascensão, impressionando o indicado democrata às eleições presidenciais, John Kerry. No outono de 2004, com uma votação esmagadora, Obama obteve a cadeira de senador dos Estados Unidos. Quase imediatamente, começou-se a falar em sua candidatura para a presidência.Enquanto Obama se preparava para deixar Harvard, recebeu várias propostas de emprego. Mas retornou a Chicago para seguir a carreira política. Novamente, preferiu um emprego modesto. Entrou numa pequena firma de advocacia com muitos contatos na política, que atuava na área de direito civil. Em 1996, quando foi eleito para o Senado estadual, alguns legisladores o tacharam de liberal fechado numa torre de marfim. “Ele costumava se interessar por tudo”, afirma o ex-senador estadual Denny Jacobs.
Nos 22 meses de sua campanha, ele trilhou um caminho apertado, apresentando-se aos EUA
como um rosto novo e como um candidato que não se enquadrava na política tradicional – mas com o conhecimento e o estofo necessários para chegar à Casa Branca. Durante toda a campanha, Obama falou de momentos de definição – depois de sua vitória inicial nos caucus de Iowa, e de meses difíceis, ganhou finalmente um número suficiente de delegados para conquistar a indicação democrata. Naquela noite de junho, ele começava a fazer história.