Aborto, maconha, gays, cotas: cadê as polêmicas na campanha?

 A propaganda eleitoral gratuita na TV deveria servir para diferenciar os candidatos. Mostrar o que cada um pensa sobre as principais questões do país — e, no saudável jogo da democracia, gerar confronto de opiniões e propostas.
Mas esta primeira semana de exibição dos programas foi frustrante para quem desejava fazer uma comparação entre os postulantes à Presidência da República. O discurso dos três principais candidatos — Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) — se revelou pasteurizado a ponto de provocar sonolência.
Não houve, até aqui, abordagem de nenhum tema polêmico. E são justamente assuntos espinhosos como o direito ao aborto, a descriminalização do consumo de drogas, a posição sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o julgamento pessoal sobre as cotas raciais, a proposta de regulação da mídia e o projeto que transforma corrupção em crime hediondo, que poderiam delimitar mais claramente a silhueta ideológica dos presidenciáveis.
Por enquanto, o único tema relevante que mereceu destaque no programa eleitoral dos três líderes das pesquisas foi o Bolsa Família. Dilma prometeu ampliar o benefício, Aécio e Marina se apressaram em garantir que ninguém perderá a renda oferecida pelo governo.
Outro ponto em comum: a convocação por mudanças. Direcionados por pesquisas que apontam a vontade popular por uma reformulação da política e do jeito de governar o país, o trio investe no assunto.
Marina, que incorporou o ‘Não vamos desistir do Brasil’ lançado por Eduardo Campos, afirma em suas diretrizes: “Sentimos que o país se encontra efetivamente diante da possibilidade de mudar de forma significativa seu presente e futuro”.
Em seu principal discurso no programa político, Aécio propôs: “O Brasil pode mudar. Mas não é mudar por mudar. É mudar para melhorar. Mudar o que vem dando errado”. Já a presidente Dilma, na batalha pela reeleição, adotou o slogan ‘Mais Mudanças, Mais Futuro’.
Com discursos tão afinados, a propaganda eleitoral na TV ainda não apresentou conteúdo capaz de empolgar. Tomara que o início dos debates faça a temperatura subir no horário político. O telespectador-eleitor merece.
Fonte: Terra

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