‘Absolutamente fora do padrão’: representante do setor funerário condena caixão com lixo de jovem morto sem atendimento em SP

Lourival Panhozzi disse ao g1 que 'responsabilidades precisam ser apuradas'. Mãe da vítima se revoltou com o estado da urna funerária; havia caixotes de madeira, pó de serra aparente e pedaços de papel. Vitor faleceu por falta de equipamentos médicos para obesos.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), Lourival Panhozzi, afirmou ao g1 que os protocolos adotados pela funerária responsável pelo caixão de Vitor Augusto Marcos de Oliveira estavam “absolutamente fora dos padrões estabelecidos” e que “responsabilidades precisam ser apuradas”.

O jovem de 25 anos morreu dentro de uma ambulância em frente ao Hospital Geral de Taipas, na Zona Norte de São Paulo, após tentar vaga em seis unidades de saúde e não conseguir atendimento por falta de equipamentos para pacientes obesos.

A mãe de Vitor Augusto Marcos de Oliveira se revoltou após descobrir, pouco antes do enterro, que o caixão do filho havia sido preenchido com pó de serra aparente, caixotes de madeira e folhas de jornal para que o corpo do jovem ficasse nivelado dentro da estrutura.

“Primeiro: uma urna do tamanho adequado deveria ter sido usada. Colocaram uma de tamanho superior à necessidade. Segundo: o preenchimento do fundo da urna, quando necessário, jamais pode ser feito com restos de materiais. O corpo foi apresentado à família de maneira inadequada”, disse Panhozzi.

Andreia da Silva também se surpreendeu com a altura da urna funerária em que o filho havia sido colocado. “Tamanho exorbitante, grotesco, feio, horroroso”, disse ela.

“Eu não tinha descoberto essa fraude. Brincaram de novo com o peso do meu filho. Mais uma vez, gordofobia. Meu filho estava em cima do lixo”, lamentou Andreia da Silva, mãe da vítima.

O que diz a funerária e a Cooperaf

A funerária Trianon, responsável pelo caixão, disse ao g1 que não tinha responsabilidade pelo estado do caixão, apenas pelo transporte de Vitor. Informou também que a responsável pela preparação do corpo e da urna funerária para o velório seria a Cooperaf, uma cooperativa de tanatopraxia.

Procurada pelo g1, uma representante da Cooperaf afirmou que o nivelamento do corpo com papéis e a utilização de pó de serra são práticas habituais na área. Ao ser questionada pela presença dos caixotes de madeira, encerrou a ligação.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as imagens que mostram o caixão preenchido com os materiais estão sob análise. “Exames periciais foram solicitados, e estão em fase de elaboração, e serão analisados pela autoridade policial tão logo forem concluídos. As diligências estão em andamento para esclarecer os fatos”, diz em nota.

+ sobre o tema

Iza faz show em live para anunciar gravidez: ‘Parece que o mundo já mudou de cor’

A cantora Iza está grávida de seu primeiro filho....

Foi a mobilização intensa da sociedade que manteve Brazão na prisão

Poucos episódios escancararam tanto a política fluminense quanto a...

Selo Sesc lança Relicário: Dona Ivone Lara (ao vivo no Sesc 1999)

No quinto lançamento de Relicário, projeto que resgata áudios...

para lembrar

De que classe social era a vítima? por Fausto Salvadori

Um repórter conta por que acredita no novo canal...

Torcedores são presos por racismo e homofobia em Brighton x Chelsea

Os três detidos durante empate em 1 a 1,...

Gordinhas dizem não!

A educadora e blogueira Ana Rita Duarte, especialista em...

Malcomidas: página do Facebook prega ódio e desvalorização da mulher

Misoginia, gordofobia e machismo: a decadência das redes sociais...
spot_imgspot_img

Quem cata suas latinhas é trabalhador?

Todo Carnaval tem seu fim. E com ele toneladas e mais toneladas de lixo... Não importa como você decidiu comemorar o seu Carnaval. Se decidiu cair na folia, lá...

Justiça manda Governo do RJ pagar R$ 80 mil a Cacau Protásio por ataques em gravação em quartel dos bombeiros

A Justiça do Rio de Janeiro determinou, em segunda instância, que a atriz Cacau Protásio seja indenizada em R$ 80 mil por ataques e...

Torta de climão

Conversa vai, conversa vem, dia desses uma conhecida relatou o desconforto que sentiu ao ser tratada como "a diferente" durante uma viagem ao exterior. –...
-+=