Adélia dará queixa na delegacia de crimes digitais, no Rio, nesta sexta

‘Me chamam de macaca, me mandam voltar pra selva, me oferecem banana’, disse a ex-BBB ao EGO. Ela está reunindo provas de comentários.

Do Portal Odia

A ex-BBB Adélia marcou para esta sexta-feira, 29, o dia em que dará queixa na Delegacia de Crimes Digitais, no Rio, por conta dos comentários racistas que vem recebendo em suas redes sociais. A advogada contou em entrevista ao EGO que desde que deixou o “BBB 16”, procura apagar comentários com teor preconceituoso do Instagram e do Facebook, mas diz que cansou de ficar calada e que está reunindo provas para entrar na Justiça e buscar os culpados pelos crimes digitais.

Em conversa com o EGO na madrugada desta terça-feira, 26 – durante a festa da cantora Ludmilla -, Adélia revelou que se sente na obrigação de não ficar calada e, no papel de advogada, acredita ter ainda mais motivos para buscar seus direitos nas leis. “Racismo sempre existiu, mas pra mim não era algo tão presente, acontecia de vez em quando. Agora, depois que fiquei famosa, toda foto que eu posto tem pelo menos dez comentários racistas. Me chamam de macaca, me mandam voltar pra selva, me oferecem banana”, lamenta a ex-BBB.

Adélia diz que não tomou providências mais cedo por conta da agenda cheia. Agora, com a ajuda de sua assessoria de imprensa, ela está arquivando prints de telas com os comentários. “Não tomei providência antes porque minha vida estava muito corrida, mas estou juntando provas e vou entrar na Justiça. Eu sou advogada e isso é mais um motivo para eu não deixar em branco. Estou indignada. Sou vítima igual a Maju, a Taís Araújo e a Cris Viana, e tantos outros”, desabafa, referindo-se a outros recentes casos de ofensas racistas na web.

O assessor de Adelia, Rafael Gomes, também falou ao EGO sobre os próximos passos da ex-BBB neste caso. “Ela vai tomar uma medidas na Justiça. As pessoas entram na página dela e comentam com muito preconceito. A Adélia não queria ter que levar isso para frente, muita coisa ela apaga e ignora, mas chegou o momento de fazer algo”, disse Rafael, que completou: “É importante que as pessoas entendam que não existe como ficar escondido atrás do computador escrevendo besteiras. A Adélia vai ser mais uma pessoa a levantar a bandeira contra o racismo, que não pode ficar impune”.

Ainda sobre a questão do preconceito racial, a ex-BBB completa: “No Brasil somos todos mestiços, não existem brancos. Temos leis e elas precisam ser colocadas em prática cada vez mais. Só o que eu quero é respeito. Você não precisa amar alguém, mas você tem que respeitar a pessoa. Respeito é bom e eu gosto.”

 

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...