CIDADE DO CABO — Em duas décadas, Zimasa Mabela se transformou de uma jovem de 18 anos que nunca tinha visto o mar para a primeira mulher negra a comandar uma embarcação da marinha sul-africana. Depois de crescer em um pequeno vilarejo da África do Sul, sob o regime do apartheid, ela se convenceu pelo slogan que dizia “Junte-se à marinha e veja o mundo”.
Do Exame
— Eu não tinha medo da água. No meu vilarejo, havia uma piscina em que as crianças podiam nadar — contou Zimasa à AFP.
Por isso, se inscreveu para trabalhar em um dos navios da marinha em 1999, quando tinha 22 anos. Hoje, aos 38 anos, ela já conheceu países como Índia, Canadá e Uruguai.
No último mês de agosto, ela passou a comandar um navio no porto da Cidade do Cabo. Embora a maioria dos 54 tripulantes seja masculina, a mãe de duas meninas de 4 e 6 anos diz que gênero não tem sido um problema no seu trabalho.
— Eles me aceitaram muito bem. Se eu dou uma ordem, é uma ordem. — conta Zimasa. — Eu gostaria de incentivar outras mulheres a serem corajosas e a não pensar que este é um mundo masculino. Você pode conseguir o que você quiser.
Quando chega em casa, Zimasa ainda cuida da família com a ajuda da sua mãe e do marido, que também trabalha na marinha. Nos finais de semana, limpa a casa e cozinha para todos — o que, em suas palavras, faz da sua rotina “bastante agitada”.
Na embarcação, Zimasa conta que o foco são as operações de treinamento, busca e salvamento. Enquanto isso, a comandante mantém suas ambições altas.
— Ainda há muito para se fazer por esta organização. Eu quero estar envolvida em treinamentos e, se eu tiver a oportunidade de comandar um navio maior, seria algo a mais para mim — disse Zimasa à agência.