Fonte: Diário IOL –
O português de origem africana internado desde domingo nos cuidados intensivos do hospital universitário de Hamburgo, por agressão de natureza racista, registou «sinais de alguma recuperação». A informação é avançada pelo cônsul-geral de Portugal naquela cidade alemã.
Em declarações à Lusa, António José Alves de Carvalho refere que o português, de 37 anos e de origem guineense, «terá saído do estado de coma», mas «mantém-se incontactável».
O homem, que foi agredido no domingo de manhã, foi assistido pela emergência médica ainda no local, e em estado que não parecia grave. Algumas horas depois, a situação agravou-se e o paciente foi conduzido ao hospital com um derrame cerebral, que obrigou a uma intervenção cirúrgica de emergência. Quando já estava a convalescer da primeira operação, sofreu outro derrame cerebral.
O representante diplomático português em Hamburgo afirma que está em contacto com as autoridades policiais locais. António José Alves de Carvalho confirma que a agressão sofrida pelo português «implicou a participação de dois ou três indivíduos», com «motivos discriminatórios em função da raça».
De acordo com «informação de ontem [terça-feira] à noite, os agressores continuam em fuga», adianta o cônsul-geral de Portugal.
António José Alves de Carvalho diz ainda que agressões deste género «não afectam cidadãos portugueses [em Hamburgo], venham eles de onde vierem». O diplomata classifica Hamburgo como uma cidade «pluriétnica».
Português negro agredido por nacionalistas alemães
Um português de origem africana de 37 anos está em estado grave, depois de ter sido agredido, presumivelmente por razões racistas, no domingo de manhã, em Hamburgo, Alemanha.
Segundo a imprensa local, o português sofreu dois derrames cerebrais.
No domingo de manhã, por volta das 7h00 locais (6h00 em Lisboa), o homem de 37 anos estava no seu carro e parou num semáforo vermelho. Um indivíduo colou um autocolante na parte de trás do veículo, que a polícia verificou ser um autocolante com uma palavra de ordem do partido neofascista NPD, a dizer «Hamburgo tem de continuar a ser alemã».
Um porta-voz da polícia disse também que o português desceu do carro para pedir explicações ao indivíduo, mas foi imediatamente agredido a soco, caindo ao chão, enquanto o agressor se punha em fuga num carro pequeno de cor escura, segundo a descrição que ainda conseguiu fazer às autoridades.